Na capital do Ceará, a prefeita Luizianne Lins (PT) sancionou o projeto de lei que obriga os órgãos públicos do município a contratar apenas jornalistas com graduação na área para o exercício da profissão. Cidades como Belo Horizonte, Campina Grande, Natal e Maceió, além dos estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul, também possuem projetos de lei semelhantes. O Periscópio da Mídia questiona quem perde e quem ganha com a decisão do STF e de que forma a não obrigatoriedade do diploma atinge as relações de trabalho.
O jornal Folha de São Paulo é quem mais tem prejudicado a categoria. Após demitir 40 jornalistas, o equivalente a 10% da redação, o periódico da família Frias abusou de matérias de colaboradores. Em quatro dias, foram 23 textos de profissionais sem nenhum vínculo empregatício com a empresa, principalmente nas editorias de “Cotidiano” e “Ilustrada” do Folha.com. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, o Grupo Folha aumentou seu faturamento nos últimos meses e não teria justificativas para o corte de gastos.
No Rio Grande do Sul, os principais veículos de comunicação criticam fortemente a greve de professores da rede pública. De acordo com a mídia empresarial, o movimento grevista é ilegítimo e penaliza os estudantes na reta final do ano letivo. No entanto, esquece de mostrar a versão das condições de trabalho dos professores e o desrespeito ao piso salarial, que prejudicam o ensino o ano inteiro. O Periscópio debate a necessidade das entidades sindicais de investirem e fortalecerem veículos de comunicação alternativos, favoráveis à mobilização social. É muito comum, por exemplo, gastar grandes quantias em publicidade na grande mídia em vez de colaborar com a difusão nas rádios comunitárias.
Também no pampa gaúcho, a Assembléia Legislativa debateu a proposta de criação do Conselho Estadual de Comunicação durante o 7º Encontro de Comunicação promovido pela Superintendência de Comunicação Social da casa. O conselho seria um órgão consultivo de assessoramento e aconselhamento do Poder Executivo para políticas públicas de comunicação e se configuraria como instância pública de caráter independente.
O programa aborda os “vacilos” que entrevistados e entrevistadores cometem por descuido técnico ou falta de atenção. Em 1994, uma entrevista do então ministro da Fazenda do Governo de Itamar Franco, Rubens Ricúpero, ao jornalista Carlo Monforte, da TV Globo, na qual ele afirma em “off” não ter escrúpulos. O episódio ficou conhecido como escândalo da parabólica de Ricúpero e quase põe fim à eleição de Fernando Henrique Cardoso. Na época, o jornalista Boris Casoy teceu fortes críticas ao caso. Anos depois, foi a vez de Casoy “vacilar” diante do microfone indevidamente ligado.
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Para escutar os programas anteriores do Periscópio da Mídia, clique nos links abaixo:
- Periscópio de 17 de novembro
- Periscópio de 10 de novembro
- Periscópio de 03 de novembro
PROGRAMA
O “Periscópio da Mídia – a indústria da comunicação social de cabeça baixo” é produzido e apresentado pelo Grupo de Pesquisa Cepos, que está vinculado ao PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos-RS e é coordenado pelo professor Valério Cruz Brittos. A Capes, o CNPq, a Fundação Ford e a FAPERGS são as entidades que apoiam este projeto - após aprovação em editais.
O programa é transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3 e pelo site www.unisinos.br/radio todas as quintas-feiras às 20h, com retransmissão às 21h do domingo.
O Periscópio também é distribuído por e-mail para ser ouvido e baixado pela Internet, podendo ser retransmitido em rádios comunitárias e livres de todo o Brasil.