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História, memória e historiografia.

A origem classista do 8 de Março: Dia Internacional das Mulheres

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Clara Zetkin, militante socialista que propos e foi aprovada a criação do Dia Internacional das Mulheres.

Este texto é uma resenha da obra de Renée Côté. A historiadora canadense fez uma exaustiva pesquisa sobre a origem histórica da data 8 de março, dia internacional das mulheres trabalhadoras e socialistas.

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Por Anderson R. Pereira Corrêa

São Borja, 05 de março de 2017.

 

Este texto é uma resenha da obra da historiadora canadense Renée Côté intitulada “O dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e esquecidas”. O objetivo é divulgar a origem do Dia Internacional da Mulheres. Existe muita confusão sobre a origem da data e muitas versões equivocadas são reproduzidas como verdadeiras. Em algumas versões equivocadas ocorre o esvaziamento do conteúdo classista e político da origem histórica do dia: “A versão “tradicional” que é reproduzida sobre a origem da data diz que: “No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.         A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.”

A historiadora Renée Côté primeiramente investigou se houve o “massacre de 1857”. Depois investigou as primeiras manifestações públicas em defesa do dia oito de março como dia das mulheres. A historiadora pesquisou por mais de dez anos em arquivos da Europa, Estados Unidos e Canadá e não encontrou registros do “massacre de 1857”. Nem na grande imprensa, nem na imprensa operária e em qualquer outra fonte de memórias de lutas operárias. A pesquisadora afirma que essa greve de mulheres de 1857 nunca existiu.  Ela afirma que foi um mito criado a partir da confusão entre alguns fatos: uma greve de 1910, nos EUA; a greve de 1917 na Rússia e um incêndio em 1911, em Nova Iorque. A foto que é reproduzida, com mulheres em caixões, é desse incêndio em Nova Iorque , em 1911.

Segundo a historiadora, essa confusão não foi aceita tranquilamente por todos. Na França, em 1977, o Boletim nº0, História D’Elas, já alertava para essa confusão de datas e fatos. O alerta não teve eco.

Os verdadeiros fatos encontrados pela historiadora Renée Côté foram os seguintes:

No ano de 1908, na cidade de Chicago, a Federação de Mulheres Socialistas toma a iniciativa, de forma autônoma e não ligada ao Partido Socialista, de convocar para um Dia da Mulher. Era Domingo, dia três de maio. Os debates do dia eram: A educação da classe trabalhadora e a mulher e o partido Socialista. Em 1909, em Nova Iorque, aconteceu o Primeiro Dia  da Mulher  assumido pelo Partido Socialista dos Estados Unidos. Em 1910, novamente o Partido Socialista dos EUA organiza pela segunda vez o Dia das Mulheres. Foi no último dia de fevereiro e a pauta era: Arrolar as mulheres no exército dos camaradas da revolução social. Em agosto de 1910 aconteceu um Congresso da Internacional, na Dinamarca, e as mulheres americanas levaram a proposta que foi aprovada no Congresso de seu Partido.. Aceitando a proposta das mulheres americanas, a socialista Clara Zetkin faz a proposta ao Congresso da Internacional e é a provada a criação do DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.

Em 1911 na Europa, aconteceu a primeira manifestação do dia internacional das mulheres. Foi no dia 19 de março, em homenagem a um levante de mulheres, na Prússia, em 1848. Em 1917, na Rússia, no dia 23 de fevereiro, as mulheres tecelãs e costureiras iniciaram um levante (greve) em Petrogrado. O Dia 23 de fevereiro na Rússia equivale a 8 DE MARÇO. Nesse dia, várias mulheres, contrariando a orientação do Partido, saem às ruas pra se manifestar. Declaram-se me greve. Foi o estopim pra eclosão da primeira fase da Revolução Russa. Em 1921, em Moscou, realizou-se a Conferencia das Mulheres Comunistas. Foi adotado o 8 de março como data de comemoração das lutas das mulheres. A data passou a ser comemorado todo ano como dia Internacional da Mulher Comunista. Em 1966, na Alemanha Comunista, a Federação das Mulheres Comunistas retomou a comemoração do dia das Mulheres. Fizeram de forma confusa, inventando datas e fatos e criando um Mito. A versão “tradicional”, o mito, foi criado em 1966, no Leste Europeu, foi divulgado e enriquecido nos EUA, no final da década de 1960 e em todo mundo ocidental. Em 1975, a ONU e logo depois a UNESCO, em 1977, declaram o dia 8 de março como Dia Internacional das Mulheres.

Dialogar sobre a criação do  8 de março interessa para a retomada de seu sentido político e classista.

 

Bibliografia:.

CÔTÉ, Renée. O dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e esquecidas. 1984.






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