Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Coluna Além das Quatro Linhas


Coluna Além das Quatro linhas – Semana de 07 de março de 2011

Esportes IG

Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda do governo Yeda Crusius, foi repatriado pela cartolagem para atuar nas finanças do clube. O resultado inicial pode ser a alienação de patrimônio da entidade para uma construtora “parceira”. É mole?

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha

Em meio às festas do Rei Momo...abundam as dúvidas na Beira do Rio

Em meio às festas do Rei Momo, o assunto que esquenta as ruas de Porto Alegre-RS não trata de samba. As reformas do estádio Beira Rio tornaram-se a preocupação dos colorados neste primeiro trimestre de 2011. Tudo parecia acertado desde os últimos meses de 2010, até a nova direção assumir. Direção esta que venceu a oposição no último pleito. Nas eleições para presidente do Internacional, já se notava que um possível “racha” estava por acontecer. Uma briga de egos, (semelhante a que levou o clube a ficar mais de 20 anos sem títulos de expressão) fez com que a atual diretoria entrasse em litígio. Enquanto o ex-presidente Vitorio Piffero defende que a obra possa ser feita com recursos próprios, assim como Pedro Affatato e Emídio Ferreira, a atual gestão do presidente Giovanni Luigi prega o contrato com a construtora Andrade Gutierrez

enviar
imprimir

A empreiteira bancaria toda a obra e ainda entregaria ao Inter um centro de treinamentos. Em troca, exploraria durante 20 anos ativos que o clube ainda não dispõe, como por exemplo, um shopping, um edifício garagem para três mil veículos, novas suítes e cadeiras. Quem sustenta esse segundo modelo de negócios é o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha, um dos artífices do primeiro empréstimo do Rio Grande junto ao Banco Mundial. Especialista em impor regime de caixa e bônus para executivos, Aod entra com a lenga-lenga da modernização conservadora. Alienar receitas futuras é parte de sua expertise, assim como a abertura de capital para ações preferenciais do Banrisul, dentre outras “jogadas de risco”.

Voltando ao clube da Beira do Rio, bastou surgir um parceiro para o orçamento inicial de R$ 150 milhões, passar para R$ 250 milhões. O Internacional vendeu o antigo estádio dos Eucaliptos por cerca de R$ 30 milhões (números não confirmados pela direção) e com esta verba o clube deu início a obras de fundação para cobertura do estádio. Na prática o Internacional deixará o Beira Rio nas mãos de terceiros, tudo para sediar a Copa. E a pergunta que fica, onde está Fernando Carvalho? Onde está a liderança que com sua varinha mágica garantira a vitória de Giovanni Luigi na peleia interna do Conselho e nas eleições de sócios votantes? Será que com essa parceria modernizante o Internacional S.C, caminhará para a via crucis de Hicks & Muse, MSI, ISL e outras falcatruas do gênero? E agora, onde está a Guarda Colorada, o calor da popular, onde está a massa de sócios pagantes e contribuintes a opinar? Porque os cartolas dissidentes não tentam modificar o estatuto propondo consulta pública para obras de alienação de patrimônio, mesmo que seja de patrimônio ainda a ser constituído?


A volta de Aod Cunha e porque a Andrade Gutierrez?

Bastou Aod Cunha chegar nas bandas da Padre Cacique, para o terrorismo começar. O super-executivo, após “criar” o ilusório déficit zero do governo Yeda (contabilidade fantástica onde não se paga quem se deve, algo tão surreal como o chamado superávit primário), no Rio Grande do Sul, chegou ao Internacional prometendo tirar o colorado do vermelho (com perdão do trocadilho). Segundo dados da atual direção, o déficit de 2010 ficou em torno de R$ 20 milhões, a maior parte deste rombo proveniente de endividamento bancário. O clube teria gasto R$ 650 mil somente com os juros do cheque especial do Banrrisul. É por isso que Aod afirma: o Internacional não tem condições de realizar a obra sozinho, e a construtora Andrade Gutierrez seria a solução! Há controvérsias. A construtora Engevix teria se oferecido para fazer a obra pela metade do valor cobrado pela AG, sendo isto desmentido pela direção colorada. O fato é que por motivos que para os autores desta coluna parecem óbvios, a construtora do agrado de parte dos conselheiros colorados chama-se Andrade Gutierrez. Já a ex-direção composta por engenheiros civis expôs em planilhas e projeções um projeto quase fechado, com valor menor e sem alienação de patrimônio. No final da reunião do Conselho, o debate da mídia local (haja província!) era se Piffero pilheriou ou não a Luigi quando disse que se a obra fosse em uma rodoviária (o atual presidente é administrador deste ramo) ele não se meteria, mas em construção civil quem manja é o próprio ex-presidente abençoado pelo mago e desaparecido Fernando Carvalho.

O Internacional está proximo de criar uma dívida astronômica para fazer um estádio nos padrões da mãe FIFA, e assim sediar a Copa de 2014. Deveria usar o exemplo do São Paulo, que bradara: ou se aceita as condições do clube, ou levam a Copa para o raio que o parta, afinal o nem Blater nem Teixeira investem um centavo no clube. É opinião editorial desta coluna que a decisão deve ser soberana dos torcedores contribuintes e não da cartolagem “brilhante” que resolvera repatriar não a um craque de futebol, mas sim ao economista neoliberal e neoclássico Aod Cunha! Quanto absurdo.


Quando a bola rola

Mas o futebol tem seu lado bom. Quando a bola rola a alegria volta ao menos para grande parte do povo brasileiro. Na copa “Santander” Libertadores (é outra miséria da Conmebol, dar o nome de um banco espanhol ao torneio que homenageia aqueles que pelearam contra este Império), o Fluminense parece estar perto de uma participação vexatória; foi ao México e perdeu para o América por 1X0 e soma apenas dois pontos em três jogos. O Internacional fez o que se espera do atual campeão da América e aplicou 4x0 no Jaguares do México. O Santos após demitir o técnico Adilson Batista, empatou em casa com o Cerro Porteño em 1x1. Já o Cruzeiro segue firme na caminhada rumo ao título e empatou em 0x0 com o Deportes Tolima (carrasco corintiano). Na Copa do Brasil alguns sustos, mas sem surpresas. O Botafogo fez um jogo dramático com cara de tragédia (típico do alvinegro carioca), mas após vencer o River Plate por 1X0 no tempo normal, eliminou os sergipanos nos pênaltis. O Palmeiras fez 5x1 no Comercial do PI. O destaque ficou por conta do Atlético-MG, que aplicou 8X1 no IAPE-MA.

Já a maior lição boleira pós-carnaval vem da final da Taça Piratini, o 1º turno do Gauchão. O SER Caxias após fazer um primeiro tempo exemplar, quando virou ganhando de 2x1 do Grêmio de Renato Portaluppi, voltou do vestiário com o complexo de time pequeno, retranqueiro e fiasquento. O cai-cai do final do 2º tempo acabou dando sobrevida ao tricolor da Azenha (de mudança conturbada para a zona do Humaitá, devido aos enormes problemas trazidos pela Construtora OAS dentro do canteiro de obras), que empatou nos acréscimos e valeu-se da imortalidade na hora dos pênaltis. Em campo é 11 contra 11, mas tem horas (muitas horas, quase todas por sinal) que falta mesmo é auxílio psicológico para os clubes do interior, mesmo se tratando de um time de Caxias do Sul, município potência da Serra Gaúcha. O Grêmio tomou o sufoco, sobreviveu e soube se impôs.


Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo & Bruno Lima Rocha é editor de Estratégia & Análise






voltar