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Coluna Além das Quatro Linhas


A raiva da elite, as manifestações, os estádios. Está rolando a Copa do Mundo FIFA, e o direito a manifestação está – de fato – suspenso no Brasil


Ficou escancarada em rede nacional a raiva da elite brasileira, e que esta não consegue conviver com o governo que não foi escolhido por ela, e pior não sabem se portar em uma festa – feita para sob encomenda para o andar de cima da sociedade.

28 de junho de 2014 - Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha

A Copa do Mundo FIFA é considerada um dos maiores eventos esportivos do mundo. Não é à toa que a entidade comandada por Blatter, faz centenas de exigências ao país que sedia os jogos. Na prática, os direitos fundamentais acabam sendo suspensos, em especial onde há governo de “esquerda”. Mais do mesmo no país tropical.

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Quando o Brasil foi escolhido como sede de 2014, o governo brasileiro talvez não imaginasse o tamanho do desafio que seria realizar uma copa e agradar a todos. Estranhamente (ou não), a classe mais insatisfeita foi a verdadeira beneficiada com o evento FIFA. A elite que vaiou e ofendeu a presidenta na inauguração, é a presença dominante dentro dos estádios. Isso talvez explique os xingamentos exagerados. A presidente brasileira sabia que isso ocorreria, talvez por esta razão evitou discursar durante a cerimônia de abertura. Como se sabe, o chamado “yellow bloc” (neologismo inventado pela TV Folha em uma impagável reportagem) deu a partida na reação mais reacionária.

As ofensas e vaias teriam começado pela área vip, onde certamente não havia povo. O apresentador global Luciano Huck, dono da grife de roupas “Use Huck” que originou a campanha de camisas “Somos Todos Macacos”, foi acusado de estar entre os manifestantes Vips. Huck defendeu-se em seu programa semanal, discursando contra a atitude ofensiva do público presente. Ficou escancarada em rede nacional a raiva da elite brasileira, e que esta não consegue conviver com o governo que não foi escolhido por ela, e pior não sabem se portar em uma festa – feita para sob encomenda para o andar de cima da sociedade. Os mesmos que reclamam dos movimentos sociais que protestam do lado de fora, “protestam” dentro das arenas, tomando cerveja importada. Coxinha nunca está satisfeito. Nelson Rodrigues explica: o complexo de vira-lata do brasileiro é um trauma de elite; o andar debaixo sofre esta conseqüência, porque tende a reproduzir os padrões de vida impostos pelos controladores dos aparelhos de reprodução ideológica.

 

Os estádios

As arenas ou canchas são o espaço da polêmica dos contratos oficiais. Todos os estádios brasileiros construídos para a Copa foram testados, alguns problemas apareceram, mas nada grave ocorreu até aqui.

Itaquerão - Palco do jogo inaugural da Copa. Jornalistas reclamaram do sinal de internet instável no centro de mídia e nas áreas comuns. Houve queixa em relação aos bares por falta de comida e bebidas quentes. Durante o jogo as luzes dos refletores se apagaram, não na sua totalidade, o jogo não precisou ser interrompido.

Mané Garrincha- Grandes filas se formaram nos detectores de metais na entrada do estádio, para o jogo entre Suíça e Equador. Muitos torcedores entraram com o jogo em andamento.

Maracanã- Os bares foram os maiores vilões do Estádio Mário Filho, a falta de comida e as enormes filas para comprar bebidas, deixaram torcedores impacientes no jogo entre Argentina e Bósnia. O fato mais grave ocorreu na partida entre Chile e Espanha, torcedores chilenos sem ingresso invadiram o centro de imprensa na tentativa de chegar até as arquibancadas, a polícia do Rio precisou de ajuda dos seguranças da FIFA para conter os invasores. 

 

Mineirão- Muitos problemas na parte externa devido ao trânsito. Na parte interna a reclamação foi devido ao serviço considerado ineficiente dos bares. Longas filas nos banheiros também foram uma das queixas.

 

Arena Pantanal - Houve longas filas em bares, e ação de cambistas, o mais grave ocorreu no jogo Austrália e Chile, quando torcedores conseguiram adentrar com rojões.  O COL (Comitê Organizador Local) classificou o episódio dos rojões como "inadmissível".

 

Arena Pernambuco - Falta de comida nos bares, além de falhas na segurança, torcedores da Costa do Marfim, conseguiram levar instrumentos musicais (item proibido no manual da FIFA), a falha tornou o jogo uma verdadeira festa proporcionada pela alegria dos africanos. 

Arena Fonte Nova - O problema foram as longas filas na entrada e a demora dos bares para abrir no primeiro jogo. Na segunda partida os problemas foram amenizados.

Arena das Dunas - A reclamação ficou por conta do sinal de celular, havia momentos que a comunicação era impossível.

Castelão - O problema foi o 3G, a instabilidade do sinal atrapalhou o trabalho da imprensa e gerou reclamação do público.

Arena da Baixada - Muita demora na entrada, torcedores também reclamaram do tempo de espera nos bares e nos banheiros.

Beira-Rio- Problemas no sinal de internet e telefonia, algumas catracas não funcionaram o que ocasionou filas na entrada. O problema maior ocorreu com o som do estádio que impediu a execução dos hinos e as informações do jogo na partida entre França e Honduras.

Arena Amazônia As grandes reclamações foram as filas nos bares e a desinformação dos voluntários assim como a falta de orientações em língua estrangeira. Pessoas sentadas nas escadas ou em pé no corredor atrapalharam quem queria ver o jogo. O sinal de celular deixou a desejar. 

 

Protestos

A onda de protestos que clama por melhorias no Brasil continuam durante a copa, não com a mesma intensidade de um ano atrás. Como não há uma demanda por reivindicação concreta, os objetivos são assemelhados, mas não exatamente os mesmos. Esta difícil massificar em 2014, até porque as forças eleitorais (PSOL e PSTU), após capitalizarem os dividendos para a campanha que se avizinha, correm da rua e se afastam dos atos públicos.

Passada mais de uma semana dos jogos houve manifestações em todas as cidades que sediam os jogos. Há quem diga que os manifestantes são oportunistas e estão se aproveitando da mídia que a Copa do Mundo proporciona. Em São Paulo um confronto entre polícia e manifestantes deixou pessoas feridas entre elas duas jornalistas da CNN. Na verdade, a oportunidade de protesto se dá porque a realização da Copa deixou uma conta social a ser paga pela camada mais pobre. Tivemos remoções massivas, encarecimento do solo urbano, realização de obras em locais onde não há futebol profissional relevante (como em Cuiabá e Brasília), ou construção de estádios onde existem três clubes profissionais com canchas próprias (como em Recife). Houve desmandos e há evidente abuso policial. 

Enquanto a bola rolava no Castelão, em Fortaleza, para o jogo entre Brasil e México, havia forte confronto entre a PM cearense e também em Pernambuco. No Recife, ocupantes do movimento Ocupa Estelita sofreram a reintegração de posse na região central da cidade. O motivo é o projeto imobiliário “Novo Recife”, que visa erguer as torres mais altas da cidade num processo cheio de ilegalidades, conforme o Ministério Público Federal. A ocupação, que ocorreu de forma pacífica, incluindo um cronograma com atividades recreativas. Para fazer a remoção o governo estadual de Pernambuco mandou a tropa de choque ao local, bombas de efeito moral balas de borracha e gás lacrimogêneo foram usadas contra os ocupantes. Aproveitam o clamor do jogo da seleção para realizar um ato completamente anti-popular. Quem foi oportunista nesta situação?






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