Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Coluna Além das Quatro Linhas


A Alegria do Povo


Manuel Francisco dos Santos, Mané Garrincha, a Alegria do Povo, simples e brasileiro como o pé de serra onde foi criado.

ma vez que começamos a falar de futebol, ou melhor, das entrelinhas, bastidores e personagens deste melodrama diário, o difícil é conseguir parar. No artigo publicado hoje no Noblat, discutimos com algum grau de profundidade as raízes de nossa paixão maior. E, o símbolo desta paixão, nos leva a uma segunda comparação.

enviar
imprimir

A dúvida eterna de quem jogou mais, Maradona ou Pelé; foi antecedida por uma outra dúvida, esta nacional, e que discrepava entre Garrincha e Pelé. Com toda a honestidade e pesar que isto pode significar, Pelé jogou mais bola que Maradona e foi muito mais completo do que Garrincha. Mas, com todos os seus dramas de pássaro ferido, anjo torto sem asas, imagem atingida pela decadência e desgraça, ainda assim, o homem Manuel Francisco dos Santos foi e é muito mais brasileiro do que Édson Arantes do Nascimento. Garrincha não encarna o tipo brasileiro por sua cor de pele, suas pernas tortas ou vida circense. Não, a encarnação é de outra ordem.

O Manuel se fez Mané tal e qual seus marcadores tinham um nome, João. Esse mundo, de José, Manuel e João, é tão brasileiro quanto uma geral ou coréia lotada, é tão nosso quanto Maradona é argentino e Cantinflas é mexicano. Pulou do trem para cair nos braços da massa. Graças a ele e não a uma política pública, o trem passou a parar no distrito de Pau Grande, terra de Garrincha e pertencente ao município de Magé, na Baixada Fluminense.

A cena final do clássico de Joaquim Pedro de Andrade bem retrata esse sentimento. A massa desce do trem, vinda da Baixada e dos subúrbios da Central ou da Leopoldina rumo ao Templo do Maracanã. No centro do picadeiro, um homem com alma de moleque e nome de passarinho. Tomando conta do compadre e melhor amigo, alguém a quem todos reverenciamos como a Enciclopédia do Futebol e cujo nome de batismo no futebol é Nilton Santos. Um filme como este, teria de ser exibido em todas as escolas públicas do país, ao menos uma vez ao ano.

Obra prima do cinema brasileiro com B maiúsculo, nos faz retornar a um momento que a maioria de nós, ou não viveu, ou se lembra quando da juventude. Tal e qual o oposto reverso da CPI da Nike e as bolhas nos pés do homem de Bento Ribeiro a desfilar com Ferraris e modelos. Saudade na voz de Elza Soares, anterior e mais forte do que o delegado do DOPS Charles Boerer e sua “brilhante” administração clubística. Quanto mais cores e paetês põem nas chuteiras pós-modernas, mais nos recordamos dos velhos kichutes que calçávamos com meiões de lã.

Maior e acima de Ricardo Teixeira, João Havelange e até mesmo Édson Arantes, está um anjo a pairar torto, de nome Manuel, alcunha de Garrincha e com o título de A Alegria do Povo.






voltar