Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Coluna Além das Quatro Linhas


Parecia piada, mas não era

portoimagem.wordpress.com

Reformas no Beira-Rio fazem com que Gre-Nal tenha público muito reduzido

24 de agosto, Anderson Santos (editor), Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha

Há poucos anos, a Confederação Brasileira de Futebol resolveu colocar clássicos estaduais para fechar as rodadas finais dos turnos do Campeonato Brasileiro. Internacional X Grêmio e Cruzeiro X Atlético-MG ocorrerão neste final de semana, pela 19ª rodada do torneio, mas bem diferentes do que se imagina para jogos deste nível.

Mesmo com a volta do Estádio Independência, cheio de grades, em Belo Horizonte, segue a ordem para que o maior clássico de Minas Gerais ocorra apenas com a torcida do mandante. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, Internacional X Grêmio jogarão com um Beira-Rio reduzido a quase 18 mil pessoas.

enviar
imprimir

As discussões iniciais entre Brigada Militar e as diretorias de Grêmio e Inter foram iniciadas com a decisão de que o jogo só poderia ter a torcida do Internacional presente na cancha. Por conta das obras para a Copa do Mundo FIFA 2014, que começaram com bastante atraso, o anel inferior e parte do anel superior do Estádio Beira-Rio foram interditados por motivos de segurança.

Realizar um dos maiores clássicos do futebol brasileiro com torcida única parece mais uma piada de muito mau gosto. Mas, infelizmente, a grandiosa ideia partiu do comando da Brigada Militar. Esta corporação já “ganhou” algumas edições desta coluna descrevendo como costuma tratar o torcedor nos estádios e ao seu redor – como parece ter voltado a fazer na última quarta-feira no clássico Pelotas X Brasil, pela Copa Hélio Dourado. Detalhe, não vamos esconder que o clássico pelotense gera muita tensão na cidade, mas como atestamos ao vivo uma série de vezes, o comportamento das “forças da ordem” gera ainda mais desordem.

De volta para a Beira do Rio, para a BM as obras poderiam influenciar negativamente no policiamento, podendo criar problemas por conta das pedras e pedaços de madeira “disponíveis” no setor – algo que ocorreu em 1995, com a decisão da Supercopa São Paulo de Futebol Júnior entre Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu.

Se o policiamento entende ser arriscado que um jogo que envolve tamanha rivalidade, como o Gre-Nal, seja realizado próximo a um canteiro de obras, ainda que os torcedores fiquem no andar superior, que faça um relatório e sugira que os clubes joguem em outro estádio.

Acordo e solução

A solução encontrada, se é que podemos chamar assim, foi diminuir a capacidade para cerca de 18 mil torcedores, com 17 mil e 250 ingressos à disposição dos colorados e 750 para os gremistas. Esse acordo desrespeita o Estatuto do Torcedor, que obriga que o clube visitante tenha direito a dez por cento dos ingressos. A lei ora a lei!

No clássico do returno, que deve ser o jogo de despedida do Estádio Olímpico, a torcida colorada receberá mil entradas. Neste caso, o problema é ainda maior, já que a capacidade do estádio gremista é mais que o dobro do atual Beira-Rio, que vive um confronto nas esferas judiciais contra o Ministério Público para manter o estádio aberto durante a reforma.

O risco de uma tragédia ocorrer existe, as autoridades competentes sabem disso e nada farão para impedir. Esperamos não ter que ver justificativas após qualquer possível confusão.

Tornar-se-á muito simplista as desculpas de sempre: culpar as torcidas por quaisquer problemas. Não que estas não devam ser punidas, mas dar chance para que haja um confronto é de uma irresponsabilidade...

Gre-Nal fora da capital

Não conseguimos entender os motivos da resistência da direção do Internacional em jogar em outro local tendo o mando de campo. Até mesmo porque essa prática se tornou comum nos clássicos do Campeonato Gaúcho.

A Federação Gaúcha de Futebol costuma vender para alguma cidade o primeiro Gre-Nal do estadual. Ano passado, os times reservas se enfrentaram na uruguaia Rivera. Além disso, o presidente da FGF cogitou até realizar um Gre-Nal em Boston, nos EUA! É irresistível a piada de péssimo gosto. Assim como a RBS promove a gauchização do oeste brasileiro, a Federação de Noveletto vai tentar grenalizar o mundo daqui a pouco.

Voltando à lenga lenga, além disso, todos sabiam se tratar de um risco contar com um estádio em obras para a Copa do Mundo FIFA 2014 para realizar as partidas. O Beira-Rio é o único deles a não parar de funcionar, por conta do desejo dos seus dirigentes. Enquanto isso, Cruzeiro e Atlético peregrinaram pelo interior de Minas Gerais até o início do ano e o Engenhão sofreu até a diretoria do Botafogo solicitar a diminuição de jogos neste estádio do Rio de Janeiro – e que troquem de Joãos no nome do Estádio, de João Havelange para João Saldanha já!

Dado até mesmo o tamanho das torcidas de Grêmio e Internacional em todo o Rio Grande do Sul, mesmo para locais como Caxias do Sul e Pelotas, que há um forte sentimento anti Gre-Nal, é indubitável que o estádio estaria cheio, mas simplificar é muito difícil para os cartolas do futebol brasileiro.

Esperamos que a força da rivalidade entre Grêmio e Internacional fique mesmo somente dentro das quatro linhas e que os torcedores em hipótese alguma aceitem um Gre-Nal de torcida única. Isso seria o “começo do fim” de um das mais apaixonantes rivalidades do futebol.






voltar