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Coluna Além das Quatro Linhas


Coluna Além das 4 Linhas – Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha, 2ª quinzena de agosto

cunadelanoticia

Julio Humberto Grondona arde nas profundezas. O capo do futebol argentino foi ao inferno, encontrar-se, dentre outros genocidas que lá já se encontram, com Jorge Rafael Videla, general assassino que o empossara na AFA.

Estamos de volta, curando as feridas brasileiras e latino-americanas após a ressaca pós-Copa de 2014. Aos leitor@s, pedimos que considerem o texto que segue como uma revisão da história  imediata, a qual também inclui uma elogiosa conquista do da Libertadores pelo San Lorenzo de Almagro (Boedo de mil amores!) – e isto apesar da onda papista e da presença do capo midiático Marcelo Tinelli na hinchada de los cuervos – e a também celebrada campanha do Nacional del Paraguay como vice.

 

Grondona se foi,mas será que deixa algum legado?Esperamos que não

 

A morte de Julio Humberto Grondona pode fazer bem ao futebol argentino. Grondona presidiu a AFA (Associação Argentina de Futebol) nos últimos 35 anos. Durante a gestão do dirigente - falecido aos 82 anos de idade no dia 30 de julho - a seleção argentina conquistou a Copa do Mundo de 1986, no México, e duas medalhas de ouro olímpicas: em 2004, em Atenas, e em 2008, em Pequim. Além disso, tem duas Copas América, em 1991 e 1993.

 

Enganam-se os que pensam a “Don Julio” foi um grande dirigente....

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...diversos escândalos fizeram parte da duradora administração do mandatário em frente a AFA.  Grondona era ligado a grupos políticos locais, Grondona sempre foi governo! Em 1979 durante a Ditadura Militar Argentina, acabou sendo nomeado presidente da AFA pelo ditador Jorge Rafael Videla. Nestes 35 anos no comando da AFA, o mandatário viu oito greves, três paralisações de árbitros e mais de 40 casos de doping de jogadores da seleção na Argentina. Além disso, assistiu pacificamente o crescimento das Barras Bravas.

 

Talvez o grande feito de Grondona, tenha sido a estatização das transmissões do futebol argentino, embora muitos creditem a isso a crise dos clubes argentinos. Aqui os que criticam se o contrato do kirschnerismo (Futebol para Todos!) fingem não perceber como anda instável a saúde financeira dos clubes brasileiros. O governo federal do Brasil vive criando programas para saudar a dívida dos clubes com a receita. No país Hermano, a coisa é mais direta mesmo.

 

O último escândalo envolvendo “Don Julio” foi durante a Copa do Mundo do Brasil, onde ele e seu filho, Humberto Grondona admitiram haver vendido ingressos credenciados. Mas, claro que o trabalho de cambista foi feito inocentemente! O surrealismo da FIFA continua. Grondona era um dos vice-presidentes da FIFA e acreditem presidente da Comissão de Finanças da entidade!

 

Em 1957 Julio e seu irmão Hector Grondona, fundaram o Arsenal Fútbol Club em Sarandi, distrito do município de Avellaneda, província de Buenos Aires. Julio presidiu o clube até 1967. Hoje a modesta Cancha do Arsenal, leva o nome de Grondona. Na página oficial da agremiação desportiva, tem uma chamada de capa “Julio Eterno”....que horror!

 

A morte de “Don Julio” e o embalo do vice-campeonato mundial  pode significar a ressurreição do futebol Argentino. Esperamos que sim.

 

Demorou 107 anos

 

Um dos mais tradicionais clubes argentinos conseguiu seu maior feito na noite de quarta-feira (13-08). O San Lorenzo de Almagro (CSLA) conquistou a Taça Bridgestone Libertadores (o torneio que tinha nome de Banco agora leva no nome o fabricante de Pneus).

 

O tradicional time do Bairro de Boedo (barrio de murga y carnaval!) foi chegando devagar, sem o futebol de encher os olhos, mas muito aguerrido e bravo. Semelhante ao feito da seleção argentina na Copa do Mundo do Brasil. A diferença é que no time do Papa Francisco, não havia um grande craque e, talvez por isso – pelo padrão de jogo ao longo da competição - o resultado foi melhor.

 

O jogo final foi de muito combate e pouca técnica, digno de final de uma final de Libertadores. A festa proporcionada pela torcida da casa foi uma das coisas mais fantásticas que o futebol sul-americano já presenciou. Jogadores querendo juntar-se aos torcedores - a tela impedia – e, no lugar de marketing de oportunidade (lembram-se da cueca de Neymar?) os boleiros entoavam os cânticos da torcida dentro do campo. Encarnando o momento, o ídolo Romagnoli, dentro das quatro linhas, representava a própria hinchada de El Ciclón. A merecida festa se estendeu madrugada adentro, o jejum de décadas aguardando pela Copa acabou. Os argentinos agora tem 23 conquistas da Libertadores contra 17 do futebol pentacampeão.

 

O vice-campeão Nacional del Paraguay soube perder com dignidade, em momento algum deu “pontapé” e foi a palco receber a honrosa medalha de vice-campeão da América.  

 

Sorrindo de orelha a orelha, o apresentador Marcelo Tinelli regozijava. Se der sorte, será a versão cuerva de Mauricio Macri, menemista como Tinelli e ex-presidente do Boca Juniors, embora não seja de alma bostera. Se o malévolo ídolo televisivo não for bem, vai ser odiado pela hinchada como o atual presidente boquense Daniel Angelici. Esta coluna deseja ardentemente que o San Lorenzo volte para Boedo, que o Carrefour seja retirado do local físico da histórica cancha. E, também torce para que Tinelli caia em desgraça e não manipule a hinchada mais encantadora da Argentina.       

 

Outro ponto negativo fica por conta da premiação, muita demora a entregar a taça, muitos prêmios secundários dos patrocinadores. O futebol mundial é a grande vitrine das corporações, muitas delas se aproveitam do trabalho “semi-escravo”. As federações aceitam tudo.

 

A Seleção de Dunga

 

Dunga fez sua primeira convocação após seu retorno para a seleção brasileira. Pouco mais de um mês do fracasso contra a Alemanha, coube ao treinador e a sua comissão técnica escolher os melhores nomes. Os primeiros desafios da nova equipe de Dunga serão no dia 5 de setembro contra a Colômbia, em Miami, e no dia 9 contra o Equador, em Nova Jersey.

 

Dunga convocou dez jogadores que estiveram no ultimo mundial. Ainda não houve a renovação esperada, aliás, não existe a certeza que isso ocorrerá, aliás, será que a CBF está mesmo pensando em renovação? Dos vinte e dois convocados, seis atletas atuam no Brasil. Neste mesmo período a seleção brasileira sub-21 comandada pelo técnico Alexandre Galo fará três amistosos. Dos vinte e dois jogadores chamados por Galo, apenas dez atuam no Brasil. Difícil entender os motivos que levam a FIFA a marcar jogos amistosos dois meses depois do mundial. Mas como vimos no Brasil, a FIFA pode tudo.  

 

Nota de solidariedade: o IMPEDIMENTO nunca nos deixará!

 

Esta coluna se solidariza com os maravilhosos repórteres e redatores do portal Impedimento: futebol e cultura sul-americana. Estes colegas foram (são) parte de nossa inspiração e seguimos sendo seus leitores. Infelizmente, o Rio Grande de São Pedro não consegue manter no ar as melhores produções de jornalismo na internet. Já éramos saudosistas e viúvos do Nova Corja, parte de nós compôs a equipe do Repórter Popular e agora choramos pelo Impedimento. Fica nossa homenagem e a certeza de trocar a tristeza pela raiva e seguir escrevendo, e escrevendo e escrevendo.

 






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