Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha
Pela desordem na província
O desejo de todos é poder freqüentar estádios, ou arenas, com conforto e segurança. Embora pareça muito nítido que a elitização do futebol brasileiro é o único fato concreto às vésperas da Copa do Mundo. Por quase todos os cantos do país, já existe uma moderna e confortável “arena” – padrão FIFA ou quase isso - e com ingressos caríssimos. E a segurança? Bom, isso ainda não existe em nenhuma praça de futebol.
No Rio Grande do Sul, o governo de "esquerda" de Tarso Genro quer contribuir para que se instale o caos nos estádios gaúchos. Sugeriram que os clubes usem serviços privados. Segundo eles a segurança nos estádios custa muito aos cofres públicos. Vejam o que ocorreu no jogo entre Corinthians x Vasco em Brasília neste Brasileirão para antever a balbúrdia que vem por aí.
A proposta inicial feita no mês de setembro era de que o estado deixasse de fazer o policiamento nos estádios. A proposta seguinte é que a dupla Gre-nal deve pagar uma taxa de 200 mil reais mensais (100 mil para cada clube) para a corporação. Segundo misterioso cálculo da Secretaria de Segurança Pública, o Executivo estadual gasta R$ 8 milhões de reais anuais, para manter os “homens da farda” dentro dos estádios. Desta vez, os responsáveis pela segurança oficial não querem ajuda equipamentos nem viaturas, mas em dinheiro, o que se torna mais preocupante; pois como saberemos o que será feito com os recursos repassados? Via depósito judicial?
O Projeto prevê que o policiamento no entorno dos estádios continue sendo feitos pelas forças de segurança pública, e dentro das arenas os clubes contratem o serviço privado. Cada um de nós temos centenas de histórias terríveis para contar a respeito do tratamento das forças policiais dado ao povo, mas no caso de conflito de torcidas, se mal e porcamente a Brigada ou a PM conseguem conter o tumulto, imaginem guardinhas de empresas particulares sem treinamento ou “autoridade” adequadas? Teremos desastres pela frente.
Clássico de torcida única chegou a ser cogitado
Após receber duras críticas por terem detido e agredido covardemente um torcedor no jogo entre Grêmio x Fluminense, no mês julho 2013b, em Porto Alegre, o comando da Brigada Militar sugeriu que o clássico Gre-nal fosse realizado com torcida única. A chamada semana Gre-nal girou em torno desse assunto. A agressão sofrida pelo torcedor foi simplesmente esquecida pela mídia local. Não estamos aqui entrando no mérito se o torcedor foi detido corretamente, pois só vimos as imagens pela TV, mas sim o aparente abuso de autoridade dos PMs. A estratégia da corporação surgiu efeito.
Mudança de foco virou praxe
Basta a BM receber críticas que o seu comando geral estrategicamente muda o foco das discussões públicas. A tentativa e as fortes ameaças de tirar o policiamento é como se estivessem mandando o seguinte recado: Se vocês estão achando ruim nosso trabalho, os clubes que contratem uma empresa de segurança privada para verem o caos instalado.
Gostaríamos de saber se outros eventos que ocorrem dentro desta província, como festivais de música, inclusive no litoral gaucho, pagam pelo serviço da BM, ou o único consumidor de evento de massa que terá que pagar pela segurança pública será o torcedor?! Sim, por que se isso ocorrer o ingresso vai encarecer mais um pouquinho.