Semana de 28 de outubro de 2013, Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha
Mais uma vez o presidente do Grêmio, Fábio Koff, veio a público externar os problemas de relacionamento entre o clube e a construtora OAS. Muitos previam que esse momento chegaria, e que a agremiação passaria por períodos de turbulência. Segundo Koff, o Grêmio corre sérios riscos financeiros, devido ao contrato que ele chama de perverso.
Não foi a primeira vez que o atual presidente usou os microfones das rádios para fazer queixas do contrato assinado com a construtora. Dias depois de vencer nas urnas o ex-presidente e deputado estadual Paulo Odone (PPS), Koff declarou que o novo estádio não era do Grêmio, que segundo o contrato (que poucos leram e muitos comentam) o clube só lucraria após o término dos 20 anos de parceria. Se isso for verdade, parceria não seria o nome adequado para esta junção.
Fábio Koff ainda acusa seu antecessor de estar defendendo a construtora, e diz não entender os motivos. Se a opinião ventilada em uma tradicional emissora do Centro da capital rio-grandense for verdade, então a relação extrapola o mui nobre parlamentar e diz respeito a uma sobrevalorização do solo urbano na região do Humaitá e arredores. A pista interpretativa seguiria esta lógica e basta lembrar o tempo que durou o ex-governador Antônio Britto à frente da Grêmio Empreendimentos – um par de horas em função da revolta da massa tricolor. Se tivéssemos este poder, investigaríamos por esta via.
Golpe político
O ex-presidente Paulo Odone, que foi o mentor do projeto ainda em 2007, diz que está sofrendo um golpe político de Koff. Segundo ele as declarações do atual presidente não ajudam em nada o clube, e que Fábio Koff está usando o clamor público para vingar-se. O ex-presidente ainda relatou que Koff estaria fazendo as acusações por "rancor" atribuindo a ele a liquidação do contrato do Clube dos Treze. "Quem fez não fui eu, foram os 20 clubes brasileiro. Ele propunha um desastre, pois não teria como fazer o certame", destacou Odone. "Não fui eu que fui enriquecer e ser milionário à custa do Clube dos Treze. Que não deu nada aos clubes brasileiros. Ele acha que eu tirei essa boca dele, mas não foi, foram todos os clubes", continuou o ex-mandatário. E assim seguem as rusgas, os microfones viram ringues de lutas. Não há evidência, apenas inferência, assim levanta-se a lebre de que Odone talvez seja o único dos gremistas que ainda veja a OAS como parceira do clube. Suspeitamos disso, mas os motivos ainda não estão evidentes. Agora todos correm da “trapalhada” (na rua o nome é outro, mas aqui pode incomodar), e deixam o ex-mandatário solito. Nunca custa lembrar que uma leva de conselheiros assinou o maldito contrato. Qualquer semelhança do contrato do Rio Grande do Sul junto ao Banco Mundial não é nenhuma coincidência. Na época, a mui nobre e valorosa legislatura da Alergs também assinou o igualmente maldito contrato sem lê-lo.
A relação estava tranquila até ...
Apesar das rusgas com a OAS ocorridas no inicio do mandato de Fábio Koff, o relacionamento parecia que estava melhorando. O atual presidente com a ajuda do Conselho Deliberativo (o mesmo que aprovou o contrato anterior!) conseguiu alterar parte do misterioso contrato, mas este ainda aguarda sabe-se lá o quê, para ser assinado.
As brigas públicas retornaram após o mandatário gremista ter pedido a Arena Portoalegrense, (nome dado pela OAS para a administradora do novo estádio) para baixar os valores dos ingressos nas partidas de quartas de final da Copa do Brasil. Pedido esse que não foi atendido, e ainda acabou com a demissão do diretor de marketing da Arena Gilmar Machado. O dirigente teria concordado com o pedido o que desagradou a gestora.
A Arena Portoalegrense se defende, alegando que o pedido foi feito em cima da hora, e que não havia tempo hábil para baixar os preços. Pergunta: puseram as margens de lucro sob contrato? O misterioso papel assinado refere-se a este tema?
Mesmo assim...
Mesmo sem promoção de ingressos, estes custavam de 40 a 160 reais, com muita chuva, quase 37 mil pessoas compareceram ao jogo de volta das 4as de final da Copa do Brasil. Os torcedores tiveram que enfrentar um trânsito caótico de uma das capitais sede da Copa de 2014. Quem se deslocou até a Arena, também enfrentou a falta de transporte público, já que a Trensurb estava operando de forma parcial, devido a um problema técnico causado pelas chuvas. Isto sem falar no abandono por parte dos órgãos públicos e privados no entorno do estádio, pois havia muita água e lama.Quem tentou chegar de carro, precisou passar por um "emocionante Rally". Temos mais do mesmo na Porto dos Casais co-governada pela Bancada do Cimento. A Arena mais moderna do Brasil continua no bananão e na Província do Eucalipto! Ainda que tenha uma obra milionária, o periférico bairro do Humaitá segue esquecido pelas autoridades.