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Coluna Além das Quatro Linhas


O Ano mais importante da história do futebol brasileiro

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Dilma Rousseff, presidente do Brasil, e Joseph Blatter, presidente da controversa FIFA, confraternizam pela realização da tal Copa das Copas.

28 de fevereiro de 2014 – Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha

2014 é sim, o ano mais importante da história do futebol brasileiro. Afinal o Brasil irá sediar uma Copa do Mundo. Apesar de ser a segunda vez que isso ocorre, este ano é diferente. O futebol evoluiu muito, não estamos falando do futebol das quatro linhas, mas o que vai além, ultrapassando as barreiras das regras do jogo e a partida em si.

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Os tempos são outros, a Copa do Mudo de 1950 nem de longe envolvia as milionárias cifras do século atual. Uma das grandes parceiras da poderosa FIFA, a Adidas, à época, mal havia começado a investir no mercado de chuteiras. Hoje o negócio Copa do Mundo FIFA envolve muito mais que os "simples" 64 jogos.

A entidade máxima do futebol tem como objetivo realizar um grande evento, investir o mínimo possível, lucrar bilhões de dólares e ainda não desagradar seus patrocinadores, que passam de duas dezenas, incluindo marca de cerveja.   

Na última edição realizada em 2010 na África do Sul, Joseph Blatter e sua trupe arrecadaram cerca de US$ 3.655 bilhões. Estima-se que no Brasil esse lucro aumente cerca de 35% em relação ao último evento. A propósito, estamos muito mais próximos da Copa da África do que a anterior na Alemanha, em todos os sentidos.

 

Copa privada

Em 2007, após a confirmação que o Brasil seria sede da copa de 2014, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros da CBF, entre eles Ricardo Teixeira, anunciaram que este seria o mundial da iniciativa privada. Sete anos depois o resultado é totalmente inverso do prometido, e pior é que isso não nos causa surpresa alguma. A pouco mais de cem dias para a bola rolar, dos R$ 28 bilhões que estão sendo gastos em projetos da Copa, apenas R$ 5,6 bilhões provêm da iniciativa privada. Os R$ 22,5 bilhões restantes são bancados pelos governos federal, estadual e municipal. A Copa passou a ser dos gastos públicos e dos lucros privados. Velha regra da economia política (na sua linha crítica). Privatizam-se os ganhos e socializam-se os custos, perdas e prejuízos (também chamados de “investimento a fundo perdido”).  

 

O Legado

Quando falavam nos altos gastos que um evento do tamanho da Copa do Mundo traria ao país, o argumento era que a Copa deixaria grandes legados ao povo. Reformas em aeroportos, construção de estradas, mobilidade urbana e até um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro foi prometido.

A realidade é outra. 2014, o ano da Copa chegou, e tudo que temos pronto são estádios de futebol, na verdade nem isso. Alguns ainda estão em obras, inclusive a sede da abertura do mundial.(os estádios serão o assunto da próxima coluna). A "solução" para os aeroportos foi a privatização, mas como veio de forma tardia estes dificilmente estarão prontos até a Copa do Mundo. Para muitos a desestatização resolve qualquer problema. Balela. Estes talvez não tenham percebido que os estádios deveriam ter sido feitos exclusivamente pela iniciativa privada, e nestas obras infindáveis, clubes alienaram-se de seu patrimônio, se penduraram em dívidas e para esta rubrica foi onde mais "jorrou" dinheiro público.

Quanto à mobilidade urbana, vai ter muito gringo pisando na lama e comendo poeira das obras inacabadas. Pavimentação no entorno de estádios, duplicação de avenidas ainda estão por fazer e somente uma OBRA divina fará com que fique pronto até o mês de junho.

 

A Copa das copas  

Após receber duras criticas de Joseph Blatter, a presidenta Dilma Rousseff disse que esta será a Copa das copas, a Copa de 12 cidades-sedes, da Floresta Amazônica aos pampas gaúchos, das montanhas de Minas às praias cariocas, das dunas do Nordeste à metrópole de São Paulo. A presidenta esqueceu que nem a Copa nem a FIFA vivem de belezas naturais. Montar uma estrutura no chamado "padrão FIFA" implica muito dinheiro foi e ainda será preciso outro tanto. Em Porto Alegre discutem-se as tais “estruturas temporárias” (detector de metais, geradores de energia e espaço para imprensa) que seria de responsabilidade do clube dono da sede. O presidente do Internacional Giovanni Luigi, disse que o clube não tem dinheiro e que o governo do estado e a prefeitura da capital devem arcar com os gastos que podem chegar a 30 milhões de reais.

Alguns veículos midiáticos da província de São Pedro fazem campanha para que o estado abra os cofres, alegando o retorno do dinheiro com o turismo. Alguma dúvida de onde sairá esse dinheiro todo? Dos cofres da parceira na reforma do Beira Rio, Andrade Gutierrez, é que não será. E o que está no papel? Onde está  a famosa “base contratual”? Bom isso nunca importou. A poderosa FIFA já anunciou que não existe a mínima chance de a entidade bancar as despesas. A solução encontrada pelo governo estadual, foi protocolar um projeto de lei na Assembléia Legislativa, que prevê isenção de ICMS de até 25 milhões de reais para entidades privadas que investirem nos equipamentos necessários para a sede gaúcha. Mais uma vez a iniciativa privada sairá beneficiada.

No Rio Grande como no “resto do país” - terminologia absurda que quase sempre sai da boca dos que defendem o latifúndio e a jabalândia - vamos para a Copa como sempre vivemos. Rodeados de arranjos do andar de cima e sobrevivência do andar debaixo.

 






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