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Coluna Além das Quatro Linhas


Coluna Além das 4 linhas - edição da semana (expandida) de 06 de novembro de 2010 e de 13 de dezembro

ebafutebol

O argentino Conca, craque do Brasileirão e maestro do time de Muricy Ramalho, sujeito homem porque manteve a palavra com os cartolas do Fluminense e acabou conquistando – de novo - o campeonato nacional mais difícil do mundo.

por Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha


O campeão leva flauta

O pesadelo da mala branca e da preta! Na reta final do brasileirão, o assunto mais discutido em mesas redondas esportivas, era se o time A iria entregar para o B para prejudicar o C. Como o futebol tupiniquim não tem credibilidade, isso acaba se tornando rotina. Após dias de discussão, o assunto vira piada e tudo fica por isso mesmo. Passamos o ano inteiro gastando preciosas linhas falando dos absurdos que a CBF do Srº Ricardo Teixeira comete. Mas reconhecemos que com o campeonato de pontos corridos, o Brasileirão ficou mais bem organizado. Os clubes rebaixados independentemente do tamanho ou história vão jogar a segunda divisão. Por sorte, não houve mais a chamada virada de mesa. Somos contra o formulismo, mas o campeão do primeiro turno enfrentando o campeão do segundo seria interessante e talvez evitaria o descaso de alguns clubes antes do fim do campeonato.

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Findos os trabalhos, veio a premiação, que ocorreu na segunda-feira (06/12), dessa vez mantendo as tradições da cartolagem. Os prêmios e atributos dos “melhores do campeonato” foram (como sempre) atribuídos através de critérios questionáveis. Jornalistas elegeram os melhores jogadores por posição, assim como o melhor técnico e jogador revelação. Houve também homenagem ao centenário corintiano e ao EX- CRAQUE FENÔMENO Ronaldo. O melhor da festa ficou por conta de Andrés Sanchez presidente do Corinthians. Diante de dezenas de torcedores do tricolor das laranjeiras, o mandatário corintiano disse ter orgulho do clube ao qual preside, e parabenizou o acesso do Coritiba a serie A, dizendo saber o quanto é difícil subir para a elite do futebol brasileiro, principalmente pela porta da frente. A chinelada foi para cima do tricolor, mas também revela falta memória.

Esqueceu o presidente do Corinthians que o campeão de 2010, voltou na base da caneta da série B no ano 2000. Isso sem falar de uma passagem pela Taça de Prata, justo na época gloriosa de Sócrates e Cia. Diante da provocação, os torcedores pó de arroz largam uma longa e sonora vaia, além dos gritos de centenada (referindo aos fracassos do clube paulista no ano do centenário).
Andrés não disse nenhuma inverdade, mas faltou dizer que, de 1989 para cá, quem deu o aval para as viradas de mesa (todas!) foi seu comparsa o “Imperador” Teixeira.


De volta ao Cenário

O Clube Atlético Independiente sagrou-se campeão da Copa Nissan Sul Americana de 2010. Após derrotar por 3×1 no tempo normal, o clube argentino venceu por 5×4 nos pênaltis o Goiás. O clube de Avellaneda voltou ao cenário internacional, após 15 anos sem um título para além das fronteiras argentinas. O verdadeiro rei das copas (diablos rojos que jogaram de azul!), além de conquistar o torneio sul americano, ganhou o direito de disputar a Copa Santander Libertadores de 2011, competição esta que o clube argentino já ganhou sete vezes (é quem o maior número de conquistas!).
Já o Goiás teve que se contentar com o vice-campeonato, e de quebra (como fruto da amarelada clássica que dera), garantiu o Grêmio na Libertadores 2011.O clube gaúcho dependia da vitória argentina para disputar o tri da America no ano que vem. Parece que os deuses do futebol olharam para o pé do Brasil e deram esse presente aos gaúchos.


Acabou

O Fluminense é o campeão de 2010. O clube das laranjeiras botou a mão no caneco mais cobiçado do futebol brasileiro. Após um jogo morno, o pó de arroz fez 1×0 no já “de novo” rebaixado Guarani de Campinas (parabéns Beto Zini por sua herança maldita!). Com o gol de Emerson, os cariocas sagraram-se campeões brasileiros, repetindo o feito de 1984. Na época, o Flu tinha um time que virou clássico nos anos ’80. O plantel, com Delei como maestro na meia cancha e Paulinho arrepiando na ponta esquerda, foi tricampeão carioca (1983-1984 e 1085, este duvidosamente ganho com pênalti não marcado contra o Bangu!) e com Romerito (yo quiero mi dinero, yo quiero mi dinero!) e Paulo Vítor (o malfista assumido!).

De volta para o Brasileirão atual, o Cruzeiro venceu o Palmeiras por 2×1, ficando com o vice-campeonato e a vaga na copa “Santander” Libertadores. O Corinthians após empatar com o rebaixado Goiás, ficou em terceiro lugar e terá que disputar a pré- libertadores. O Grêmio não tomou conhecimento do Botafogo e aplicou 3×0, e ficou como simbólico título de campeão do segundo turno. O prêmio foi a vaga na pré Libertadores, com Renato “Carioca” Portaluppi saindo ovacionado do Estádio Olímpico que será posto abaixo por Paulo Odone e sua famiglia (tutti buona gente!). O alvinegro de general Severiano (e de Marechal Hermes!) terá que se contentar com a Copa “Nissan” Sul-Americana (nem o patrocinador fala castelhano!). Vai pelear na planície junto com Atlético-Pr, São Paulo, Palmeiras, Vasco da Gama, Ceará e Flamengo.

Avaí e Atlético GO ganharam como prêmio a permanência na elite do futebol brasileiro em 2011. Este último garantiu a vaga na série A rebaixando o Vitória em um empate em 0×0 no Barradão. Para tristeza da boa terra, teremos mais um ano sem o clássico BA-VI, já que o Bahia retornou à série A em 2010. O Vitória terá a companhia de Guarani, Goiás e Grêmio Prudente (que antes era Barueri, e em 2011 ainda não sabemos o nome!)


Finaleira e choro colorado nas areias do deserto que virou oásis de petrodólares

Acabou o sonho dos colorados em Abu Dhabi. Na tarde de 14 de dezembro, noite no Golfo Pérsico, o Internacional perdeu para a equipe congolesa do Mazembe por 2 x 0. Não foi “culpa” de ninguém, talvez do próprio nervosismo e ansiedade do time da Beira do Rio. O Inter teve nove chances reais de gol e não converteu, sendo que a defesa africana é uma peneira, facilitando a aproximação, a troca de passes e a linha reta na frente da área. Os africanos tiveram quatro chances, convertendo as duas mais difíceis. Não era o dia. Problemas à vista para a cartolagem do Internacional, gente popular na torcida, a começar pelo advogado Fernando Carvalho, maior herói de terno e gravata na história recente do clube. Para o grupo que comanda o clube desde 2002 pode ter sido o início do canto do cisne. Uma pena mesmo para quem se pendurou no cartão, boleto bancário, fez planos com agências e foi ao estádio. Semana que vem fazemos o balanço do Mundial Interclubes da FIFA e dos xeiques do petróleo.

Obs: aqui no Rio Grande a gente nunca sabe se o foguetório é de quem torce ou de quem seca.....


Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo & Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise.






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