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Coluna Além das Quatro Linhas


Coluna Além da Quatro Linhas – semana de 01 de novembro de 2010

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Maradona, Alemão e Careca. O volante roubava a bola, Don Diego fazia um lançamento genial e o centro-avantes campineiro concluía com a classe de sempre. O trio fantástico, alegria dos tifosi napolitanos e um pedaço do Cone Sul encravado na região da Campânia italiana. Na segunda metade dos anos ’80, quem torcia para o futebol sul-americano, vibrava com estes craques.

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha


El pibe de oro

No último dia de 30 de outubro, um dos maiores gênios do futebol mundial completou meio século de vida. Diego Armando Maradona, disparado o maior jogador argentino de todos os tempos, vivenciou na carreira de jogador profissional, momentos de alegrias como a Copa de 1986, e de tristeza como o doping na Copa de 1994.

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O menino nasceu pobre nascido na Villa Fiorito, periferia de Buenos Aires, filho de um operário. Maradona começou dar seus primeiros dribles aos 9 anos em um time varzeano do bairro. Aos 15 anos foi contratado pelo Argentino Juniors (clube de tradição fabril e originalmente vinculado ao movimento sindical dos hermanos). Era o que faltava para El pibe de oro (um dos apelidos de Maradona na Argentina) estourar na sua promissora carreira. Don Diego também atuou no Boca Juniors seu time de coração, Barcelona da Espanha, e Napoli da Itália. Este clube da Campânia mudou de status após o trio latino-americano vestir a camisa azul clara. Maradona comandara o time, tendo o volante Alemão (ex-Botafogo) como fiel escudeiro e na frente, Careca (ex-São Paulo e Guarani) arrebentando.

Na Copa de 1986, contra a Inglaterra, Maradona marcou dois gols. Um deles ficou conhecido como A Mão de Deus, e no outro o ex-craque driblou 8 ingleses antes de marcar uma verdadeira obra de arte. Após o jogo, Maradona disse ter vingado as Malvinas (referência a guerra das Malvinas). A Argentina sagrou-se campeã daquele mundial.

Fora de campo, Diego Armando vive uma vida conturbada. Seu mau relacionamento com dirigentes do mundo do futebol prejudica sua carreira de treinador assim como afetou o tempo em que jogava. Por vezes, mesmo estando certo, perde a razão. Se ataca de portenho insuportável e fala o que deve e não deve para os merecedores do esculacho e para quem nada devia. Não pára por aí. As duras críticas que recebe por parte da imprensa mundial, pelo seu envolvimento com drogas, abalam sua imagem de esportista. Ninguém deixa barato, nem a nave mãe, a Vênus Platinada do Horto Florestal e do Projac. A Rede Globo de televisão, que faz duras críticas ao comportamento de Maradona, parece fechar os olhos para seus profissionais. Walter Casagrande Júnior, um de seus comentaristas de futebol também passou por um problema semelhante, a dependência química. Fábio Assunção, galã e ator global, foi outro. Por que não receberam as mesmas farpas? Casa de ferreiro e espeto de pau.

Assim como Pelé, Don Diego em campo foi genial, fora dele prejudicou somente a si mesmo. Mas, tem uma diferença. Para o bem ou para o mal, o craque argentino ama sua pátria e não renega suas origens. Diego Armando é MARADONA, venerado nas canchas e estádios, e cheio de conflitos como qualquer mortal. Ainda bem.


Democracia?

Em meios as eleições, a palavra democracia é umas das mais usadas por eleitores, candidatos, mídias, etc. Mas na última rodada, atacante Kleber do Palmeiras respondeu a uma pergunta com a frase “por que, não vivemos uma democracia?” O atacante referia-se a arbitragem entre Palmeiras x Goiás do Sr. Djalma Beltrami. Kleber esqueceu-se que no futebol tupiniquim, os árbitros são seres acima do bem e do mal. Jamais se pode criticar a arbitragem, mesmo que estes cometam erros absurdos. Na última rodada Heber Roberto Lopes e Beltrami foram acusados de “xingar” os jogadores em campo. Até quando tais fatos vão passar despercebidos pela comissão de arbitragem? Não nos causará nenhuma estranheza se o atacante palmeirense for denunciado no STJD. Enquanto o “imperador” Teixeira estiver no comando do futebol brasileiro, a democracia que vai existir é a dele próprio. Ah, no domingo eleitoral, o ex-Imperador do Mundo João Havelange afirmou a mudança de comando na CBF para 2014. É que no ano da Copa no Brasil, Teixeira subirá de posto, indo assumir a FIFA! Havelange já mandou a letra, os europeus que se cuidem.


Presidente eleito, rodada extensiva e o Brasileirão pega fogo na 4ª, dia 03 de novembro

Devido às eleições do último domingo, dia 31, quando se elegeu o novo presidente do Brasil, a 32ª rodada do brasileirão foi a mais longa da história deste campeonato A rodada começou na última quarta de outubro com o empate entre Flamengo 1x1 Corinthians. O gol corintiano foi marcado pelo atacante Ronaldo “fenômeno”, que voltou a marcar no dia 03 de novembro, dessa vez contra o Avaí. O Fluminense venceu o Grêmio por 2x0 e segue na liderança, ao lado do Cruzeiro que venceu o virtualmente rebaixado Grêmio prudente. No meio de semana, o tricolor arrancou um empate com o colorado jogando no sul e o Cruzeiro se deu mal, perdendo para o São Paulo, com direito a um pênalti inventado pelo árbitro e ajudado pela cumplicidade covarde do bandeira, o qual tudo viu e nada fez. Em Minas Gerais, El Loco Abreu comandou a vitória do Botafogo sobre o Atlético-Mg, a derrota colocou o galo mineiro de volta na zona de rebaixamento. Já na 4ª dia 03, o alvinegro aprontou mais uma para os cardíacos, disparando com 3x 0 em cima do Atlético GO e na finaleira, deixando os goianos quase empatarem uma fatura já vencida. O Botafogo não tem jeito, mesmo quando joga bem dá susto na torcida. Já o Inter, além do empate com o Flu no dia 03, amargou um empate com o Santos jogando em casa. Além da “lambança” da arbitragem, o colorado gaúcho e o alvinegro praiano paulista fizeram o melhor jogo da rodada, mas ficaram no 1x1. O campeonato segue indefinido, tanto na briga pelo título quanto na fuga do rebaixamento.


Obs: Na semana do dia 04 de novembro, esta coluna homenageia um brasileiro que caiu de pé, lutando contra a ditadura. Para sua sorte, não teve o desgosto de ver pessoalmente os arenistas assumindo o poder como democratas. Até sempre Carlos Marighella!

Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo & Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise






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