Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Coluna Além das Quatro Linhas


Coluna Além das Quatro linhas – Semana de 29 Novembro de 2010

skynews

Da esquerda para a direita, Teixeira, Leoz e Hayatou, acusados por um jornal de Zurique e pela BBC inglesa de haver recebido propina da extinta e falida ISL. Já a empresa pública de comunicação inglesa é viste com desconfiança pela cartolagem, uma vez que as denúncias foram tornadas públicas na semana decisiva para definir os países sede das duas próximas Copas do Mundo.

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha


Por que voltou?

A grande contratação deste campeonato brasileiro foi feita pelo Palmeiras. Ao contrário de outros clubes que tentaram se reforçar dentro de campo, o Palestra paulistano (o outro é o Cruzeiro) optou pela fortaleza além das quatro linhas. Estamos falando de Luiz Felipe Scolari, que após 9 anos retorna ao Brasil com status de estrela. Com um currículo de causar inveja aos profissionais do ramo, o Felipão não parece ser mais o mesmo. A derrota na Copa Sul Americana na quarta-feira 24 de novembro deixou isso muito claro. Está certo que o alviverde paulista está longe de ter um grande time. Mas o velho Scolari já obteve feitos com equipes muito mais limitadas no passado. Basta lembrar o time do Criciúma campeão da Copa do Brasil de 91. No Grêmio dos anos ‘90 Felipão fez de jogadores renegados no sudeste do país, um time vencedor e temido por todo Brasil. Na sua primeira passagem pela Academia, o gaúcho de Passo Fundo fez história conquistando títulos importantes, entre eles a primeira e única Copa Libertadores do clube.

enviar
imprimir

Já no Cruzeiro, Luis Felipe ganhou apenas a extinta Copa Sul-Minas em 2001, assumindo logo após a seleção brasileira e sagrou-se pentacampeão mundial na copa do Japão e da Coréia do Sul. O gaúcho deixou a seleção no auge da glória, tendo longa passagem pela seleção de Portugal onde atingiu bons resultados, como o quarto lugar na Copa do Mundo da Alemanha, e o vice-campeonato da Eurocopa de 2004 (onde os lusos eram locais), perdendo a final para a inexpressiva seleção da Grécia.

Na Inglaterra, o idioma truncado e macarrônico foi um dos fatores a impedir o desenvolvimento do super-técnico. No Chelsea, clube londrino do magnata russo Roman Abramovich, sua passagem durou apenas sete meses. A seqüência de maus resultados e desentendimentos com as estrelas do time, como o marfinês Drogba, encurtaram sua passagem pelo clube inglês. Em 2009, partiu para a aventura milionária na Ásia Central, transferindo-se para o Uzbequistão através de um contrato nababesco. Lá “no fim do novo velho mundo” ressurgido após o colapso da extinta União Soviética, atrasos nos salários levaram o rompimento do mesmo.

Scolari retornou ao Brasil reclamando de tudo, incluindo os problemas de calendário e as eternas carências da organização. Ao disparar a metralhadora giratória, o alvo principal passou a ser a imprensa (mídia empresarial voltada para a cobertura e promoção de info-entretenimento esportivo), chegando a chamar - em uma entrevista coletiva - os jornalistas de palhaços, apenas por não gostar da pergunta. É fato, tem vezes que os coleguinhas são chatos, inconvenientes, repetindo a mesma pergunta um milhão de vezes. Mas daí a “esculachar” o repórter e não peitar os donos de emissoras, aí é demais. Se Felipão acha tudo tão ruim por que optou por retornar? Certamente não foi só por dinheiro, pois o técnico palmeirense é sem dúvida um dos treinadores mais ricos do futebol mundial, mesmo sem ganhar nada expressivo a mais de oito anos.

Fica a pergunta, por que voltou?


Será que desta vez acaba o reinado? Ou o Imperador Teixeira caminha a passos largos rumo ao domínio mundial da bola?

Nesta segunda-feira um jornal suíço (o Tages-Anzeiquer, da cidade de Zurique), com a nota replicada pela BBC, acusa Ricardo Teixeira de ter aproveitado benefícios financeiros (dentre outras supostas irregularidades) da extinta ISL. Falida em 2001, a ISL era uma empresa suíça de marketing - parceira da FIFA - que ficou conhecida no Brasil por formar “parcerias” mal explicadas com Flamengo e Grêmio. No caso brasileiro, a mega-empresa de marketing esportivo deixou rombos, processos, dívidas e desconfianças sem fim.

Conforme o jornal suíço, Teixeira fazia parte de uma lista de depósitos feitos por diretores da empresa falida, e teria recebido propina de cerca de 16 milhões de reais ao longo de sete anos. Será que as denúncias atrapalham os planos do Imperador do Brasil e ex-genro de sua altera real João Havelange?

O possível candidato à presidência da FIFA em 2015 teve seu nome divulgado (de forma negativa, queimando o filme) nas vésperas da escolha da sede da copa de 2018. Nesta semana a entidade máxima do futebol recebeu reis, chefes de estado, de países que pretendem organizar o mundial. Deu o inesperado. Após o Brasil em 2014, a Rússia e sua máfia de oligarcas ex-espiões receberão a Copa do Mundo de 2018. E, quatro anos mais tarde, em 2022, se ainda houver petróleo no mundo, o emir de turno do país receberá a festa da FIFA.

Justiça seja feita, não é apenas o Imperador que supostamente cometeu tal tipo de irregularidade. Seis cartolas já haviam sido afastados por receber dinheiro em troca do voto na escolha das sedes. Nicolás Leoz, presidente da Conmebol e Issa Hayatou, ex-presidente da Confederação Africana e atual vice-presidente da FIFA, também constam na lista dos acusados pela BBC inglesa de haver recebido propina da empresa ISL da Suíça. Se os fatos procederem, a banda podre da cartolagem internacional tem procedimentos “criativos” de causar inveja aos protagonistas do premiado filme Gomorra (Itália, 2008, do diretor Matteo Garrone), baseado no livro do valente e brilhante jornalista napolitano Roberto Saviano.

Caso a mídia desportiva tivesse a linha editorial da investigação jornalística o esporte mais popular do planeta já estaria de pernas para o ar, constando seus mui nobres e valorosos dirigentes na mesma lista da Interpol onde consta o deputado federal pelo PP-SP, Paulo Salim Maluf.


Vamos sentir falta

Poucas atividades nos deixam mais contentes do que desenvolver este espaço para escrever sobre futebol. Mas, reconhecemos, seria melhor ressuscitar a cobertura do rachão verdadeiro, aquele que começa nos campos de várzea. Não é o que fazemos. O campeonato brasileiro por hora nos faz esquecer tudo o que gira em torno do futebol. Fora de campo sobras suspeitas de transportes de valores não declarados – sem origem ou rubrica - em malas brancas pretas.

Nos gramados profissionais a briga é feia fora de campo e emocionante no sistema de pontos corridos desde que não exista entrega e combinação de resultados. A semana que encerra o campeonato mais disputado do mundo começou sem surpresas. Os quatro primeiros venceram e continuam em busca de seus objetivos. O 5º colocado, o Botafogo, também venceu e chega vivo na disputa pela possível quarta vaga brasileira na Copa “Santander” Libertadores.

Na parte de baixo da tabela o Guarani deu adeus a primeira divisão após a derrota para o Grêmio. Vitoria e Atlético-GO jogam no Barradão, e o ganhador permanece na primeira divisão. Em caso de empate o Vitória vai visitar o inferno em 2011. No domingo dia 05 de dezembro, a partir das 17 horas, o país pára assistindo e torcendo por várias decisões simultâneas.

Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo, Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise






voltar