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ISSN 0033-1983
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Para jornais, revistas e outras mídias

A norma do PODER e o campo jornalístico no Brasil


Orson Welles profetizou na sua obra magistral Cidadão Kane o fenômeno que estava por vir na pós-modernidade da Terra de Santa Cruz. Só não previa o diretor estadunidense que seu personagem iria encarnar em centenas de coleguinhas portando a carteirinha da Fenaj. Que vergonha pro seu Hipólito.



Vila Setembrina dos Farrapos, escrito em 11 de julho de 2008 e revisado no domingo 13 de julho

O fato jornalístico da prisão do banqueiro Daniel Dantas, do especulador Naji Nahas e do ex-prefeito malufista de São Paulo Celso Pitta apresentam um padrão de anomalia de análise da política brasileira. Explico a crítica.

Se o caso aborda a maior disputa do capitalismo brasileiro posterior a eleição indireta de José Sarney no colégio eleitoral, em março de 1985, pois então o caso deveria ser explicado de forma sistêmica e não pontual. Outra coisa. Com o advento das assessorias de imprensa, ficaria explícita a distinção de repórter (proativa, fuçando o furo, atrás de prêmio Esso e cia.) e assessoria de comunicação (reativa, defendendo os interesses do cliente). Ficaria, certo?! Errado, o campo jornalístico, a princesa e prima dona da Mídia como um todo, tem estatuto de verdade e a verdade factual poucas vezes é estatutária. Não há discurso-síntese que reflita a análise que fazemos abaixo. Não há discurso-síntese que suporte a mera análise descritiva dos fatos, de forma cumulativa. Ou seja, A MÍDIA COMERCIAL E CORPORTAIVA BRASILEIRA SALVO RARAS EXCEÇÕES MENTE, DISTORCE, COMPLICA, NÃO EXPLICA E OMITE SISTEMATICAMENTE. Portanto, quando nem o factual sobrevive, que agoniza é o nobre de ofício de Informar e depois Opinar. Que Luigi Rossetti guarde a alma e a pena na bela confraria conjunta com João Sem Medo Saldanha e Rodolfo Walsh! Isto lá, por que cá embaixo, vale a ladainha do sertão da Canudos afogada pelos milicos apavorados do mito de Bom Conselho:

“Cruz credo, Ave Maria, quanto mais eu rezava, assombração me aparecia!”

Certa vez escrevi aqui que mataram o lide e desovaram o defunto comunicacional em algum beco de favela carioca. Aqui, mataram a verdade factual. E, assassinaram o interesse jornalístico, subordinando-o ao interesse das corporações financeiras e igualmente midiáticas. Vivemos a crise de confiabilidade e a mídia comercial vive esta crise intensamente, já façtam leitos nos CTIs privados dos comunicadores com brevê de jornalistas na República da Ganbiarra.

Voltando à Operação budista tupiniquim, Dantas é ecumênico como operador de coação política. Corrompe e é corruptor de todos os matizes políticos que já passaram pelo Planalto nos últimos 14 anos, seu sócio Naji Nahas é uma criatura fruto do brilho das madrugadas do Milagre Econômico e conseguiu até quebrar uma Bolsa de Valores. Claro que não fez e não fazem nada sozinhos. Óbvio que neste nível de volume e de interesses em jogo, entra o núcleo do poder exercido no Brasil. O PODER mesmo, além do governo de turno, muy más allá que a Suprema Corte Lulista Menemista do Brasil. E, o PODER mesmo, ou ele é destrinchado, analisado, decifrado, ou então o leitor mediano jamais compreenderá absolutamente nada.

E, se o leitor mediano não entender porque Dantas foi preso, jamais entenderá nada do que passa por trás das mesas e corredores de Rio – São Paulo – Brasília. Infelizmente, os craques do ofício da reportagem que pauleiam Dantas, Najas, Pitta e cia trabalham em veículos cujos interesses são estrategicamente opostos aos do chamado Sistema Dantas de Comunicações e de Telecomunicações. Este fato anula o belo trabalho que fazem? Não. Este fato abala em parte a credibilidade no campo jornalístico? Sim.

Difícil é assumir dando fé pública de que as formas que se processam as relações de poder no Brasil, além de confluir as estruturas ideológicas – políticas – econômicas, suas “regras”??? levam em conta os processos REAIS (e com regras de vale tudo salvaguardando algumas aparências) e subordinam os processos formais. Em termos teóricos, é isso o que ocorre. Paulo Henrique Amorim afirmou que Daniel Dantas venceu porque corrompera o sistema inteiro: Judiciário no Supremo, Executivo (no governo atual e no anterior), Legislativo (sua bancada é ecumênica), Policial (em parte da elite policial brasileira) e, infelizmente, não apenas algumas empresas de comunicação, mas uma parcela significativa dos mais conceituados profissionais da comunicação social em formato de “JORNALISMO” na democracia de mercado brasileira.

Para saldar esta dívida, a sociedade deve exercer uma profunda e direta lavagem de roupa suja, escaldar seus gatos pretos e olhar nas entranhas do PODER real. Daniel Valente Dantas (um vitorioso da jogatina financeira e a pirataria das telecomunicações) é executor destas políticas, não é o único, mas como agente econômico-político, pode abalar o país inteiro.

Este artigo foi originalmente publicado no portal de Claudemir Pereira

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