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As várias mortes de Edson Luís

Jornal Mural

Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), posa com bandeira da União Nacional dos Estudantes após sancionar meia passagem estudantil. Apesar da importância dos ganhos pela via institucional, abandonar a luta das ruas e a independência do movimento estudantil significa matar Edson Luís todos os dias.

28 de março de 2012, da Vila Setembrina, Bruno Lima Rocha

Na data de publicação deste artigo completa-se 44 anos do assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto. O extermínio “acidental” representou o momento em que a repressão política forçava a tensão interna da ditadura, passando para outro nível de violência contra as parcelas organizadas dos brasileiros.

Não sou a favor de ficar produzindo textos memorialísticos, mas, infelizmente, o caso da morte de um migrante paraense, nos corredores do extinto restaurante Calabouço (Centro do Rio), ultrapassa o martírio de 1968 e opera como baliza para movimentos estudantis pós-ditadura.

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Particularmente me lembro da segunda metade da década de ’80, quando a Associação Municipal de Estudantes Secundaristas (AMES) promovia a Semana Edson Luís, reforçando a identidade dos jovens de então com o exemplo de “secundas” dos anos ’60.

À época, desenvolvia-se o discurso de que aquela morte se repetiria nos porões do regime. Essa mística retroalimentava a orgânica da entidade e sua postura não governista.

Passados quase um quarto de século da Marcha dos 10.000 de 1988 no Rio, vemos um desastre político-ideológico se consumando. Infelizmente, uma parcela daqueles ativistas hoje é gestor de governo, detentor de mandato e ajuda no pacto da tal da governabilidade a qualquer custo e com aliança ampla, geral e irrestrita.

Semanalmente a direita que não está no governo repete que a luta contra a corrupção e a moralidade pública deveria ser encabeçada pelos estudantes, sindicatos e movimentos sociais.

Também afirma que os setores organizados não o fazem porque se transformaram em grupos de interesse material na base do toma lá dá cá em relação ao governo de centro-esquerda.

Dessa vez a oligarquia na oposição está correta, embora se equivoque no remédio que gostaria ver empregado. Caso houvesse pré-disposição para a luta contra a cultura política hegemônica no Brasil (fisiológica, corrupta, patrimonial, de clientela e plutocrata), os canhões estariam apontados para dentro e fora do Palácio do Planalto.

A mística agregadora dos mártires involuntários e as bandeiras utópicas organizam o pensamento e o imaginário de quem está organizado. O resultado disso é antagonismo e pressão, muita pressão, de baixo para cima.

Mas, como disse uma velha raposa gaúcha cujo partido apoia o governo, hoje as centrais querem assento nos conselhos do FAT e FGTS e a entidade estudantil quer uma sede nova.

Sai barato ter apoio político-social no país do Golpe de 1º abril. Agora, matam Edson Luís por abandono.

Este artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat.






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