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ISIL, Wahabbismo e petrodólares: a pior das alianças – jornalismo B, 2ª quinzena de junho 2014


O ISIL representa a pior interpretação possível do integrismo sunita; sua ascensão é diretamente vinculada a presença dos EUA no Iraque.

Bruno Lima Rocha

Este artigo foi escrito ainda na primeira quinzena de junho, quando o Estado Islâmico ainda não havia proclamado seu califado. Vale analisar a absurda aliança, tolerada pelo Departamento de Estado e o Pentágono, onde o fluxo de recursos advindos da monarquia saudita, jorravam nos fundos de manutenção do racha ainda mais conservador e medieval da Al-Qaeda. O inferno continua no Mundo Árabe sob a lógica da geopolítica.

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O integrismo tem novo protagonista com o avanço, na frente iraquiana, do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês). Fundado por um ex-professor universitário, Abu Bakr al-Baghdadi, o ISIL operou em duas frentes (Síria e Iraque), e com a fusão junto ao grupo na frente da guerra civil síria Frente Nusra, tomou a dianteira do jihadismo na região. Sua liderança tende a catalisar os jihadistas sunis, pois não reconhece o herdeiro formal da Al-Qaeda, Al Zawahiri. O lema desta organização é: “Sheikh Baghdadi e Sheikh Osama Bin Laden são semelhantes”. Embora esta organização não seja novidade para os especialistas e sobreviventes do Mundo Árabe, é importante para a opinião mundial saber que os grupos armados do wahabbismo são os filhos bastardos dos petrodólares jorrando através das redes de inteligência coordenadas pelas monarquias da Arábia Saudita e Qatar.

Ao longo dos mais de três anos de guerra civil síria, um conflito que organiza a oposição de maioria sunita em dois grandes campos, o ISIL representa o dinheiro saudita e qatari. Do outro lado da trincheira, o Exército Livre da Síria, oriundo dos rachas da estrutura do exército nacional outrora controlado pelo clã Assad, opera com recursos da República da Turquia e é visto com simpatia pela Casa Branca. Os estrategistas do Pentágono esbarram na vontade política autônoma e meio suicida das elites árabes sunitas, bilionárias e conservadoras. Adeptas da transnacionalização das guerras sírias e iraquianas, acabaram por transformar ambos os campos de batalha em um conflito civil e comunitarista (sectário) entre sunitas e xiitas. O desequilíbrio se dá na autonomia operacional do ISIL e sua motivação guerreira, com um pé na selvageria e outro nas relações públicas por internet.

Na batalha pela importante cidade de Mosul, 30.000 soldados "iraquianos" debandaram diante de 800 jihadistas, abandonando o local estratégico. O governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki  sabe  que se o ISIL avançar mais, o que resta de seu governo e Estado fantoche estará à beira de um colapso. O apoio saudita e das redes wahabbitas levou ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL em inglês) a ser hegemônico em um terço do Iraque original e garantir autonomia operacional em área equivalente na Síria. Palmas para os estrategistas do Pentágono e o lobby do petróleo que não rompe com as monarquias árabes e seu jogo duplo junto aos integristas sunis.

Que país é esse chamado Iraque após a 2a invasão dos Bush?! A obra nefasta dos sócios dos Bush e Dick Cheney avança a menos de 100 kms de Bagdá. O racha - ou a nova geração da Al-Qaeda - o Exército pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Levante é a denominação histórica do Oriente Médio) já controla mais de um terço do território iraquiano e roubou mais de USd 425 milhões em seu avanço em Mosul, a segunda maior cidade do “país”. Resultado: talvez os jihadistas sunis não vençam, mas decretam o obituário da ficção jurídica chamada Iraque pós-Sadam Hussein.

Bruno Lima Rocha é professor de relações internacionais e de ciência política 






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