O sistema de controle aéreo brasileiro vive uma situação limite. A desmilitarização passa a ser a bandeira de fundo, enquanto Luiz Inácio volta atrás e negocia com Juini Saito. Como quase sempre, o Núcleo Duro não sabe o que faezr na hora da crise.
Enquanto aqui na província, comunicadores de farda na alma defendem de forma aberta a intervenção do comando da FAB, o brigadeiro Ivan Frota tira o pijama e conclama uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o ato de Lula. O presidente, que agora patina, impediu que o brigadeiro Saito, comandante da Força Aérea, punisse e enquadrasse na disciplina militar os trabalhadores do tráfego aéreo. Temos assim, uma crise de distintas proporções e níveis.
1) Da FAB com seus subordinados, os sargentos especialistas, formados pela EEAR
2) Da FAB com a antiga doutrina de segurança e desenvolvimento, sendo esta forçada a migrar o controle para operadores civis
3) Da FAB consigo mesmo, não compreendendo a Força que sua atividade fim não é mais a de ser a Aeronáutica e sim a Força. Precisa mostrar serviço, pôr os Supertucanos a voar e usar os controles nos aviões clandestinos nos céus da Amazônia
4) Do governo Luiz Inácio, ao ser incapaz de projetar o aumento do transporte aéreo brasileiro, contingenciar os recursos da Infraero, que por sinal é superavitária, e aporta recursos para o caixa único e preto, do saco sem fundo do Tesouro Nacional
5) Do governo José Dirceu, que operara como agenciador financeiro da TAM e do pirata Berezovsky, para ajudar a quebrar a Varig e impedir o seu saneamento
6) Da Justiça brasileira e da PF, que abriu o precedente, indo prender os controladores após o acidente do ano passado, e soltando os pilotos estadunidenses
Mesmo sabendo que o tema é complexo, não há como escapar da análise do exercício de vontade de poder e autonomia da profissão dos ex-sargentos da FAB. Toda categoria quando se alça a exercer a sua própria vontade, tem de romper sérias barreiras. No caso dos controladores, o limite a ser extrapolado é a “disciplina” militar.