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A academia gaúcha a serviço da oligarquia – 2


Uma marcha é demonstração de forças, escancarando posições nunca veiculadas na grande mídia, expondo os militantes a darem a cara e pagarem o preço de seus atos.



O enunciado de ZH fez a seguinte enquete entre referencias da academia. Pincei a dois “cientistas” gaúchos para me concentrar no desserviço que o típico intelectual a serviço presta. São os rebeldes do sistema, defendendo o neoliberalismo com mais veemência do que os fantasmas de Hayek e Friedman.

Trás a Zero Hora, reportagem especial, páginas 4 e 5, edição de 6ª feira, dia 25 de maio de 2007, Ano 44, No. 15.245, 2ª edição, a manchete “Em busca de atenção!” No subtítulo, a nota de cientificidade:

A opinião de cientistas políticos sobre a eficácia das manifestações, com Paulo Moura, cientista político e professor da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA):

OS MOVIMENTOS NÃO SE PREOCUPAM COM A POPULAÇÃO?

“Tenho a impressão de que esse tipo de manifestação está desgastada. Não angaria simpatia por fazer as pessoas se atrasarem ou não disporem de um serviço. Além disso, parecem ser ignorados pelos governantes.”

PROTESTOS DE RUA QUE CAUSAM TRANSTORNOS GARANTEM O APOIO DE CIDADÃOS?

“Não sei se os manifestantes percebem que as pessoas estão insatisfeitas ou que

estão gerando um efeito contrário ao pretendido.”

OUTRA FORMA DE DEMONSTRAR DESCONTENTAMENTO ATRAIRIA MAIS APOIO?

“A técnica de ação do Greenpeace que promove ações espetaculares para a mídia e tenta comprometer empresas e governos é mais eficaz. Afinal, empresários e governantes estão preocupados com a imagem.”

Poderíamos inventar um parágrafo explicativo para o debate acima. Imaginemos:

“Ou quando a UDN ganha ares científicos, e fala sem medo aquilo que uns poucos tem de dizer para manter a concentração de riquezas dos grupos econômicos que os financiam diretamente. Como se sabe, uma parcela da UDN saiu do PDS em 1984 construindo o PFL, rebatizado de DEM (“democratas”). Tal modelo de “democracia” minimalista vai ao encontro da visão delegativa do mando indireto. É a capacidade de afirmar o seu discurso como “científico” taxando aos demais de “pueril”, “emotivo”, “exacerbado” que toma como referencia a teoria da escolha racional. Maximizando interesses (deles próprios), esses “acadêmicos” falham ao não reconhecer a mesma carga de acumulo teórico e conceitual nas práticas políticas de esquerda e de extrema-esquerda. Não por acaso, o que fala acima, teve curta e marcante passagem pela “esquerda” democrático-burguesa. Nada disso é novidade na América Latina, infelizmente. Lacerda que o diga.”

Vejam os comentários que selecionei: tipo de manifestação está desgastada - ignorados pelos governantes - ação do Greenpeace

Sem parecer sectário, vale observar a maior sensibilidade de Moura em relação ao Marenco. Especialista em mídia, o professor da Ulbra vai à raiz do problema. Isto é, a geração de fatos midiáticos e contundentes, para não apenas chamar atenção das autoridades, mas também criar uma comoção nos setores populares com os quais as categorias em luta têm de aliar-se.

Assim, mesmo fazendo a critica por direita, Paulo Moura vai ao encontro da idéia de que as mobilizações de massa devem ser complementadas com medidas de ação direta radicalizada. O Greenpeace, embora seja uma ONG transnacional e não um movimento popular executa ação direta contra madeireiras. Um outro bom exemplo disso foi o ato das Mulheres Camponesas no mudeiro da Aracruz Celulose S.A. em 8 de março de 2006. Com certeza sua idéia será levada em conta pelos militantes sindicais.

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