Retirei da Folha On Line a citação do presidente Luiz Inácio em cerimônia do Consea, onde o mesmo apareceu de surpresa. Vejamos o que diz o presidente eleito:
"Um estudo de uma grande universidade deste país imaginário que eu estou falando, divulgado no dia 28, confirmou que a miséria nesse país imaginário caiu em 2004 e atingiu o nível mais baixo desde 1992. o número de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza passou de 27,26% da população em 2003, para 25,08% em 2004. Em 1992 esse percentual era de 35,87%, considerado abaixo da linha da pobreza, que vocês já sabem", disse ele, para revelar pouco depois que o "país imaginário" era o Brasil.
Neste mesmo evento, Luiz Inácio afirma que a política econômica não afeta as ações sociais. E, para comprovar isso, afirma que seu governo dividiu muito mais renda do que qualquer outro mandato anterior.
Ainda que trabalhemos com os números oficiais, tomando-os como reais e não parciais, estes mesmos dados já revelam um grande fosso social no pais. Se 25,08% da população brasileira estão abaixo da linha de pobreza, ou seja, sequer podem alimentar-se bem todos os dias, então o problema é maior do que parece. Isto porque trata-se da extrema pobreza, onde no momento segundo estes dados, 1 a cada 4 brasileiros passam fome. Sem contarmos com o número de pobres que não estão em condições de miserabilidade.
É simplesmente impossível que o desvio e ida pelo ralo de mais de R$ 1 bilhão de reais por dia, indo embora para os serviços da dívida e pela corrupção, não afetem as ações sociais. Apenas para dar um exemplo, se estes recursos estivesse, todos aqui, não haveriam mais filas no SUS nem problemas de vagas e internação. Quem já viu uma UTI de hospital privado de primeira linha pode imaginar o que seria toda esta estrutura a serviço do maior plano de saúde do mundo, o SUS.
É óbvio que a política econômica afeta e muito as ações sociais. Afeta tanto que atingiu até a capacidade argumentativa da Presidência; e que convenhamos, suas posições já são quase indefensáveis.