Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

A contrapauta da eleição sindical dos jornalistas


O dilema vivido pelos trabalhadores da mídia treinada e treinando para a auto-censura e a espetacularização da política, sendo posta à prova quando nossas vísceras são expostas perante uma urna sindical.

A coluna deste mês traz um interessante dilema para qualquer analista político. O envolvimento direto com o tema e a causa. Isto porque, nos dias 16, 17 e 18 deste frio mês de julho, ocorreram as eleições da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (Fenaj). Acerquei-me deste processo por dois motivos. Embora tenha o oficio da docência universitária como cientista político, também sou jornalista profissional, com diploma, processo na cabeça e devidamente sindicalizado. Nos últimos anos, retornei ao movimento pela democratização da comunicação social no Brasil de onde havia me afastado em 1992. Meu posto de luta é junto da radiodifusão comunitária. Das antenas do povo saem recordes de criatividade, inovação de linguagens e repressão do Estado. Por tudo isso, manifestei publicamente o apoio à oposição do grupo dirigente de nosso sindicato nacional.

enviar
imprimir

Faço esta longa introdução para adentrar no debate conceitual de “objetividade científica”. Esta é uma falácia, assim como outra “objetividade”, a jornalística. Comparto do conceito e prática da “análise incidente”, usando o arsenal teórico-epistemológico para agir na sociedade. Afirmo, portanto ao direito do analista ter posição. O que não se pode é falsificar fatos ou inverter conceitos ao bel prazer. Por isso, ainda que no apoio da Chapa 2, me reservo ao direito da crítica.

Foram números modestos, compatíveis com a apatia e a autocensura que se abate sobre a maioria dos “coleguinhas”. Dentre um total de 4.853 votos válidos, a Chapa 1, “Orgulho de ser Fenaj”, obteve 3.614 (74%), contra 1.239 (26%) para a Chapa 2, “Luta Fenaj”. A situação vencera em todos os estados, menos em Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Na província, a chapa 1 ganhou de lavada, garantindo a hegemonia nas maiores redações e assessorias.

Um fato jornalístico pré-eleitoral chamou a atenção. Na sexta-feira 13 de julho, o boletim eletrônico do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, em seu segundo parágrafo, continha a seguinte Nota:

“Duas chapas disputam as eleições, a Orgulho de ser Fenaj encabeçada pelo atual presidente da entidade, Sérgio Murillo, e a e Luta Fenaj! que tem à frente Dorgil Marinho, diretor do Sindicato dos Jornalistas no Distrito Federal. Na nominata da Chapa 1 participam os gaúchos Celso Schröder, vice-presidente, e José Carlos Torves, Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral, ambos ex-presidentes e atual diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS”.

Percebam o texto cita a nominata da situação. O foco nos dois é por serem gaúchos e não atuais diretores do sindicato do RS. Da chapa 2, o boletim não fala de ninguém. A oposição tinha uma gaúcha na lista. Kátia Marko, assessora de imprensa de movimentos populares e de sindicatos, foi solenemente apagada. Não por acaso, a “Luta Fenaj” acusou ao grupo que permanece de haver usado da máquina sindical a favor de seus candidatos. A situação afirma que tudo não passa de especulação e leviandade. A evidência mostra ao contrário.

Já antevejo as reações a esta coluna. A diretoria reeleita vai afirmar que não devemos levar a público as polêmicas internas da categoria. Do ponto de vista sindical, todos os espaços são válidos para combater o corporativismo. Qualquer debate é melhor do que o discurso lavado e chapa branca.

Artigo originalmente publicado em minha coluna mensal na Revista Voto, Ano 3, No. 35, pág. 62, Agosto de 2007






voltar