Vejamos abaixo uma nota publicada no Estado de São Paulo, 13/06/2006, a qual foi recuperada em função da reta final do segundo turno. Diz o texto vindo da Redação:
Game TV X MTV: cada um reivindica sua liderança (observação conceitual minha: tal fator é uma das provas materiais da aliança da Band com o governo de Lula, sendo que o capital de investimento da Game Corp provêm da aliada do Planalto, a Telemar)
“Diretor-presidente da Game TV, Leonardo Badra Eid pede uma tréplica sobre a comparação entre a audiência alcançada pela programação da produtora na TV Mix e o Ibope da MTV Brasil. É que o presidente da MTV Brasil, André Mantovani, ao replicar a tese de que a Mix bateu a MTV de agosto em abril passados, defende que o que pesa, para ele, é o segmento jovem. E no target classe A/B até 29 anos foi a MTV Brasil que bateu a Game TV no período. Badra, que agora fornece produção para a Rede 21 sob o nome de Play TV, rebate que os números absolutos são o que realmente lhe interessam. Ele (Mantovani) só tem de se acostumar com a concorrência, fala Badra ao Estado. Estamos numa rede de TV aberta e trabalhamos para todos os níveis sociais, completa o titular da Game TV. Mantovani também lembrou que a MTV Brasil tem alcance nacional quatro vezes maior que a outra. Agora, pela Rede 21, estamos cobrindo 30% do País, replica Badra. A troca de artilharia entre a empresa do Grupo Abril e a produtora que tem Fábio Lula, filho do presidente, como sócio, é abastecida ainda pela figura de André Waisman, ex-chefão da MTV, hoje a serviço da Game TV.”
Vejamos a combinação de fatores. Sabendo que não governaria sem uma presença forte na mídia, o Planalto aliou-se de fato com o filet mignon das Organizações Globo, ou seja, sua mídia televisiva; especificamente nas matérias do Jornal Nacional. Na outra ponta, a empresa pivô das denúncias na TV, o Grupo Band da família Saad, recebera injeção de capital indireto por parte da Telemar, verdadeira financiadora da Game Corp, e agora da Produtora TV Mix/Game TV, empresa onde um dos sócio-operadores é o filho do presidente.
Quem trabalha com mídia sabe da dificuldade e dos custos de se gerar conteúdo. Ainda mais complicado é fazê-lo para uma TV aberta, mesmo que em UHF. O corte de classe do segmento da Mix TV/Rede 21 vai ao encontro do eleitorado de Lula. Gerando conteúdo, disputando a difusão de sentidos, a disputa pela associação de preferências eleitorais - nível ideológico com efeito indireto – é parcialmente pelos homens do filho do presidente.
Na outra ponta, preconceituosamente, o “target” da MTV, compradora/produtora dos direitos da MTV Brasil, busca o consumidor já bombardeado pelo excesso de oferta de bens de informação, comunicação e cultura. Vejamos a estranha coincidência, o setor que compra a Veja é, em tese, o mesmo que assistiria a MTV e sua juventude ainda que tardia. Para somar a disputa pelos números de audiência, está o posicionamento de alguns operadores individuais. A exemplo de Duda Mendonça e Marcos Valério, o esquema empresarial do filho de Lula conta com um ex-diretor da adversária direta. Vê-se que o modus operandi é intergeracional.