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ISSN 0033-1983
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A falácia chamada TIAR


Para os veteranos das Malvinas, nunca houve TIAR nem nada parecido. O Alto Comando regado a whisky ficou na Casa Rosada; as melhores tropas anfíbias, não saíram de Bahia Blanca; as relações carnais dos EUA fluíram com o 51º estado, a Inglaterra; e os recrutas voluntários correntinos congelaram no mar austral.



Existe uma falácia na diplomacia pan-americana. O Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) foi criado no período da bipolaridade. Fruto da Guerra Fria e da Aliança para o Progresso, junto com Zé Carioca, Walt Disney e Orson Welles, esta peça de ficção jurídica foi constituída com o fim de garantir a detenção. O TIAR, em tese, e somente em tese distante de teste e comprovação da hipótese, garantiria a Assistência Mútua e recíproca. Ou seja, a aliança imediata dos Estados Americanos.

A OEA tem como instrumento condicionante o TIAR. Mas, quando o general Leopoldo Galtieri, regado de whisky doze anos, do balcão da Casa Rosada, declarou a guerra de reconquista das Malvinas (Falklands) para os ingleses, o Tratado de Assistência que prevaleceu foi a OTAN. O chamado 51º estado dos EUA, a Inglaterra, contou com apoio e ajuda do governo Reagan para retomar sua colônia de pingüins no Atlântico Sul. A ditadura argentina era fiel aliada dos yankees, mas muito menos confiável do que o Chile de Pinochet e dos Chicago Boys. Quando a Junta Militar austral resolveu arrumar tumulto na Terra do Fogo e no Canal de Beagle, quem interveio foi o papado. Três anos depois, a ajuda discreta partiu do governo Figueiredo para os argentinos. Discrição demais, tiros de menos, as tropas ficaram acantonadas em Bahía Blanca e os “valientes de la ESMA” se renderam sem lutar contra os mercenários Gurkas. Vitória do ex-Império erguido sobre o tráfico de ópio.

Esta pequena digressão histórica aponta o absurdo do entramado diplomático do Continente. O Brasil não exerce liderança devida, e quando o faz, executa sua ação subordinada aos interesses indiretos da Casa Branca. O TIAR funcionou pouco ou nada na estupidez de fronteira entre o Peru de Fujimori e o Equador com Abdala Bucaram à frente. O nipo-peruano deixou o poder em 2000 – acusado de tudo, e com provas – e o primeiro inaugurou a era “Corra que a Conaie vem aí”, sendo o primeiro dos três presidentes corruptos e dolarizadores postos para fora através de um levante indo-popular. Bucaram saiu correndo em 1997, sendo seguido por Mahuad (2000) e Gutiérrez (2005).

Após os conflitos de fronteira, a popularidade destes dois ex-presidentes corruptos e ancorados na repressão política, na livre circulação financeira, sendo que o agrônomo japonês tinha como baliza econômica o tráfico de drogas, cresceu vertiginosamente. Demorou mais de 2 anos para a estrutura de poder começar a ruir, incluindo desafetos internos. Resumo da ópera bufa, TIAR que é bom, nada.

Agora, na possibilidade de choque entre 3 Estados, o TIAR caiu de imediato, quando o Estado colombiano invade território soberano do Equador sem sequer comunicar para a Casa de Governo. Me resta uma cruel curiosidade mórbida:

- Porque será que nenhum veículo da mídia grandona fala disso mesmo? Ah, será porque os “especialistas” repetem as teorias de Relações Internacionais promovidas pelo G-7? Ou será porque a maioria dos âncoras e palpiteiros não entende nada com coisa nenhuma?

Ambas as respostas estão corretas.

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