Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

Fator PCC, desinformação e hipocrisia oficial

conversaafiada.com.br

Como tem uma tradição belicista, em momentos cíclicos a guerra se acentua. Vive-se hoje um novo Salve Geral e suas consequências.

15 de novembro de 2012, Bruno Lima Rocha

Mais de 90 policiais mortos este ano somados com centenas de civis assassinados mês a mês em São Paulo e região. De uma hora para outra, o fantasma do PCC, Primeiro Comando da Capital ou Partido do Crime, volta à tona.

Seis anos atrás ocorreu o mesmo fenômeno, inaugurado no início deste século nas rebeliões coordenadas em presídios estaduais paulistas.

enviar
imprimir

Não surpreende a tragédia das redes de quadrilha de São Paulo, mas sim a hipocrisia através da qual o tema fora tratado após o Salve Geral de 2006.

Recordo que em agosto de 2008, durante o 6º Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) em Campinas, questionei um notório professor da USP a respeito de seus elogios para a política prisional do estado.

Dizia o colega que o índice de homicídios caíra drasticamente devido ao “sucesso” da abertura de novas prisões e o aumento da massa carcerária.

Perguntei-lhe quanto ao chamado “fator PCC”. Isto é, como a rede de quadrilhas se sofistica, consolidando domínios territoriais, aumenta o controle sobre o varejo do crime, diminuindo por consequência a violência nas ruas.

Afirmei o óbvio e, com o perdão da ironia, ouvi cobras e lagartos do nobre docente. Infelizmente, tinha razão.

A hipocrisia caminha lado a lado com o eufemismo. O acórdão entre mídia e governo, ao evitar (praticamente proibindo) a citação da sigla do PCC não resolve em nada, apenas aumenta a desinformação estrutural.

A maioria de leitores, ouvintes e telespectadores precisa ser devidamente informada sobre o que está ocorrendo por dentro do carcomido aparelho de segurança da locomotiva do país.

É impossível imaginar que uma facção criminosa tenha um sistema de inteligência tão poderoso a ponto de localizar e perseguir dezenas de PMs à paisana e em dia de folga. Parece óbvio supor que houve infiltração, agentes dobrados ou corrupção policial pura e simples na venda destes dados.

O mesmo pode-se dizer quanto à agressividade do PCC contra os órgãos de segurança. As mortes não são episódicas nem pontuais, fazem parte do próprio modus operandi da facção. Tal conflito sempre existiu desde que o Primeiro Comando foi criado, alterando em sua intensidade e divulgação midiática subsequente.

Para além da hipocrisia, o fator PCC implica no controle das cadeias de São Paulo pela facção criminosa, e também a organização territorial de suas áreas de influência.

Como tem uma tradição belicista, em momentos cíclicos a guerra se acentua. Vive-se hoje um novo Salve Geral e suas consequências.

Este artigo foi originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.






voltar