E qual não foi a “surpresa” nas eleições nos pagos meridionais do país, quando entra em cena o sr. Paulo Afonso Feijó. Durante meses a mídia associada da oligarquia local projetou seu nome, reverberando suas posições através de dezenas de “colunistas de opinião”, opiniões estas, que, não por acaso, vão ao encontro das posições de Feijó e seu guardião, Jorge Gerdau Johannpeter. Mas, a análise estrutural, é que o nível ideológico continua sendo interdependente do econômico e do político. Portanto, o ato de se falar o que pensa na hora indevida gera munição aos adversários.
Acirrando a posição mais à direita, constrangendo totens sacrossantos da política gaúcha, como El Turco Simon, Feijó deixa sua marca na disputa. Ao abrir a boca empurra para o centro a esquerda que se quer manter independente da binomia Frente Popular X Co-Governo dos demais partidos. Ao fazer isso, obriga o posicionamento ostensivamente defensivo de Olívio e Jussara, afirmando que vão manter o serviço público e ao mesmo tempo, assegurar o Pacto pelo Rio Grande.
Na zona do embate, a professora de economia da UFRGS mostra em termos práticos que a economia em larga escala é política econômica e a política estrutural é economia política. Alimentando a tudo isso, economistas de base filosófica, onde a livre iniciativa pode ser interpretada como as formas de exercício da liberdade. Se mantiver as máximas dos Chicago Boys, a liberdade econômica está acima da liberdade política.
Sob este prisma, o Chile de Pinochet é um case de sucesso. Também sob este prisma a Frente Popular chilena, pouco pôde fazer contra a avançada político-econômica-militar dos golpistas. No Chile como no Rio Grande, o problema do exercício real de poder é muito mais embaixo.