Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

A Copa do Mundo e a lacuna democrática – 1


Mais de 2 milhões de pessoas foram reclamar seus direitos – de forma orgânica ou difusa – e comparavam a atenção dada pelos poderes de fato ao caderno de encargos da FIFA para com a execução do orçamento da União e os serviços públicos brasileiros.

14 de maio de 2014, Bruno Lima Rocha

Aqui, inicio outra série onde abordo a lacuna de democracia direta como responsável pela ausência de legitimação dos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014.

enviar
imprimir

No presente texto aponto conceitos-chave para este vazio de legitimidade e no seguinte demonstro a fracassada tentativa de manipulação cultural do esporte mais popular do país. Comecemos pelos fundamentos.

Seria leviano reafirmar noções elitistas reproduzindo frases como: “o futebol é o ópio do povo”. Infelizmente, boa parte de nossa intelectualidade desconhece os sistemas culturais que organizam a vida das maiorias, nestes incluídos o lazer, o corpo, a religiosidade e o espírito gregário.

Mas, ao mesmo tempo em que não se deve condenar a “paixão nacional”, tampouco podemos repetir a adesão acrítica, até porque as estruturas de poder do esporte profissional reproduzem o pior do país. Para desespero dos ufanistas, é justamente pelo futebol ser compreendido pela maioria, que se torna fácil expor as contradições e conflitos de interesses em torno da realização da Copa do Mundo.

Os protestos de maio, junho e julho de 2013 no Brasil, em pleno efeito da Copa das Confederações, representaram uma alforria simbólica e emocional para com o andar de cima da sociedade.

Mais de 2 milhões de pessoas foram reclamar seus direitos – de forma orgânica ou difusa – e comparavam a atenção dada pelos poderes de fato ao caderno de encargos da FIFA para com a execução do orçamento da União e os serviços públicos brasileiros.

Vem daí o mote do lema “queremos hospitais e escolas padrão FIFA!”. O ano passado marcou uma mudança de paradigma na política de massas e agora se colhe o fruto amargo, com apatia e má vontade para o grande evento.

A verdade pura e simples é que ninguém foi consultado, nem de forma simbólica, se queria ou não suportar os encargos e gastos da Copa do Mundo. Tivesse o então governo Lula - no auge de sua popularidade - feito uma ampla consulta, ainda que simbólica através da internet, e haveria a legitimação necessária.

Agora, estamos às vésperas do torneio e na ante-sala de uma apertada eleição presidencial, e o país vive o paradoxo da não adesão popular. Enquanto isso, a camada dominante se divide. Os conglomerados econômicos patrocinadores do evento, desejam tanto o sucesso como o consequente retorno financeiro e midiático.

Já a direita que não está no governo, torce discretamente pelo fracasso da seleção para angariar os resultados da ira nas urnas. O país do futebol amadureceu.

Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.






voltar