Acompanhando neste exato momento, em tempo real, o debate entre os candidatos para o governo do Rio Grande, observamos a preocupação com a segurança pública. Leia-se, a segurança física e patrimonial. Promessas, como de hábito, são várias. É bem verdade que a maioria das falas incorre na reiteração dos mesmos métodos, fundamentando aquilo que se faz no Brasil desde 1964. Segurança implica, portanto, em tese furada, no reforço da estrutura como está.
O problema é de fundo. Portanto, não se trata de conjuntura, mas de uma questão estrutural. Assim, tal e como na economia, trata-se de um problema de escala. Não basta a promessa vazia de pôr mais carros na rua e melhorar a capacidade de armamento. Embora, até no quesito armamento a coisa anda errada. Mais vale o lobby da indústria de armas do que a aplicação de um calibre que evite maiores danos além do agredido.
Não adianta agora apostar em um Gabinete de Gestão Integrada, partindo daquilo que já existe. Agora, se houvesse um intento sério de ajustar a máquina policial, o primeiro ajuste passa pela premissa de assumir a criminalização crescente das estruturas econômicas e do Estado. Partindo desta premissa, o debate faz-se franco e construtivo. Na ausência deste, resta a gritaria de sempre pelos queixosos de costume.
Mas, a exemplo da política, ou se corta na própria carne, ou se aposta na carioquização e paulistização do território gaúcho. Como organismo repressivo algum corta por dentro, este tema, segurança, é mais uma peça de marketing político.