O temporal que caiu na Região Metropolitana na 6ª e no sábado, somada a chuva contínua que caíra no domingo, pode inaugurar uma nova forma de fazer política ano Brasil. Em função do descaso governamental, nos municípios e no governo do estado, mais uma vez a culpa recai no padroeiro do Rio Grande, São Pedro. Não havia plano de contingência, plantão das equipes de limpeza urbana e defesa civil. Só para repetir o hábito, os municípios de Viamão, Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí sofreram e muito. Até água potável faltou por quase 24 hs. após o temporal.
Vive-se ao acaso, sobrevive-se ao acaso e salve-se quem puder.
Um terremoto que se abateu sobre a Nicarágua em plena guerra civil revolucionária dos anos ’70, fortaleceu a posição dos Sandinistas, então uma frente de partidos em forma de guerrilha. O descaso do ditador Somoza agitou as bases sociais. A autogestão solidária em meio da desgraça geral fortalecera a noção de luta contra o governo, e luta pela emancipação das formas próprias de se organizar. Outro terremoto no México ajudou a abalar a confiança no PRI, em 1986, pouco antes da 2ª Copa do Mundo que o país azteca recebera.
De dilúvio em dilúvio a confiança popular nos seus governantes vai baixando cada vez mais. Nunca é demais lembrar que a confiança nos políticos como atores individuais não chega a 8%. Nos partidos, enquanto estruturas de representação, não passa de 10%. Ta feia a coisa. Tão feia que era mais fácil conveniar com São Pedro. Poderiam abrir repartições nas Igrejas e terreiros que trabalham com sincretismo. Quem sabe assim há mais contato com algum tipo de “autoridade” quando mais se precisa delas.
Autoridade política sem legitimidade popular, é tirania. Mesmo que eleita a cada 4 anos.