A absolvição em plenário do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), em nosso entender, veio a coroar a política do baixo clero. Sob o absurdo regimento do voto secreto, o ex-metalúrgico foi elevado a um estado de graça. Iguala-se com a direita mais oligárquica do país, reproduzindo as práticas políticas de Severino Cavalcanti e cia.
O espanto é a absorção tão rápida de gente que iniciou na política a partir das lutas de massa do período da Abertura redemocratização. Discute-se a formação do PT com um partido laborista clássico, e disto estamos todos-quase todos concordando. Mas, a absorção deste partido laborista não deveria ser tão acelerada assim. Ao menos em tese, foi tudo muito veloz.
Os depoimentos de Paulo de Tarso Venceslau nos são fonte de memória do início da década passada, de quando da avaliação do primeiro exercício em larga escala de poder público municipal. A nobre deputada Guadagnin, dançou na pizza e antes fizera a mesma dança pelos gabinetes do rico município de São José dos Campos. Somando a desilusão com a democracia de normas e procedimentos, onde a classe política é quase inatingível, à ilusão desfigurada do exercício de governo por ex-peões hoje aliados do capital financeiro e o que resta para o eleitor mediano?
Sair deste labirinto leva tempo e exige definição política. O problema é o canto da sereia, badalando nas orelhas da militância com CCs e FGs de 2 em 2 anos.