Renan foi um grande amigo dos amigos. Usineiros, empreiteiras, correligionários e conterrâneos muito lhe devem. Não sendo xenófobo, ajudou e foi auxiliado pelas forças mais poderosas e com as contas mais ocultas deste país continental. Tampouco é bairrista, ajudara alagoanos e não alagoanos. Calheiros não é um homem cego e sectário, faz graça por “esquerda”, indo sempre mais à direita. Traçando seu caminho na pugna de Teotônio Vilela, com a oposição legal ao regime militar, foi da ala tolerável do PC do B dentro do antigo MDB. Collor foi dessa legenda também. Na verdade crua da cana que arde, o partido de todos eles é o das Usinas falidas, sobrevivendo graças aos cofres do estado.
Collor perdoara as dívidas dos amigos e dos amigos dos amigos, João Lyra incluído. Simultaneamente fora projetado como Caçador de Marajás. Manobra diversionista televisiva projetou ao carateca alagoano-brasiliense para o cenário nacional. Ainda reina e sua província, ao contrário do ex-amigo equilibrista, sombra a pairar por mandatos e governos. Até Ministro da Justiça de FHC ele foi. Distintas cadeiras ocupadas em setores-chave, ele colecionou uma legião de devedores. A última, vinda das hostes jacobinas de esquerda.
A última dívida terá de ser paga pelo PSOL. Heloísa Helena, natural das mesmas Alagoas de onde surgiu a Rebelião Cabana de 1832-1850, manteve-se com holofotes a partir de sua prática jacobina de fazer política. A professora de enfermagem é tão utópica em seu republicanismo como o foram os operários do início do século que promoveram a Greve de 1917 no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Ao contrário da classe trabalhadora, sua sanha aponta a um capitalismo periférico e humano. Vai beber o sangue de Renan em um copo feito de bagaço de cana.