A segunda rodada da corrida eleitoral implica na disputa no nível político, mas com alguns acordos já pré-traçados. Um deles, senso comum entre a Frente Popular e o Rio Grande Afirmativo, é o Pacto pelo Rio Grande.
Os projetos estratégicos para já foram traçados: Rumos 2015, Pacto pelo Rio Grande e a Agenda Estratégica. Portanto, do ponto de vista econômico as oligarquias gaúchas já garantiram seus objetivos. Agora, o que está em jogo é quem vai conduzir politicamente na implementação desses projetos. Com a derrota de Rigotto, Yeda Crusius será o pólo de unidade das oligarquias (Farsul, Federasul, Famurgs, Fiergs, RBS) no estado. O PT por seu turno marcará um discurso republicano de defesa das instituições, do controle público do estado, da radicalidade democrática e da integração dos círculos de alta e baixa economia. Também acusará o Rio Grande Afirmativo (o alvo é o candidato a vice Paulo Feijó) de querer a privatização do Banrisul, da Corsan, do que resta da CEEE, de acabar com a UERGS, e finalizar os bancos de fomento do Rio Grande do Sul, a Caixa RS e o BRDE.
Esta polarização que mexe com o sentimento comum das pessoas vai polarizar o debate juntamente com a posição dos candidatos em relação a crise financeira do estado, a situação dos servidores públicos e o debate nacional.
O regime de democracia delegativa exige um governo de composição de classes e alianças partidárias para a governabilidade política do mandato. É a chamada guerra de posições, que na prática da esquerda eleitoral é ir ocupando espaços políticos dentro da administração do estado e aumentando os graus de co-influência com setores antagônicos da sociedade.
Este debate político urge nas bases sociais mobilizadas e mobilizáveis. Ficam as dúvidas:
- Qual a forma correta de acumulação de forças por parte dos movimentos populares gaúchos organizados?
- Resistirá a extrema-esquerda às investidas e ao apelo da candidatura da Frente Popular, incluindo a reivindicação nativista de Olívio Dutra?