Seguimos com a sequência de notas falando de algumas observações feitas in loco no Rio Grande do Norte.
Quanto as benécies do BnB já falamos. É interessante notar que o mesmo banco que financia com dinheiro público cadeias de hotéis 5 e 4 estrela, financia um belo parque industrial. Por outro lado, grupos com a força de um Vicunha (p/ex.)não necessitariam captar recursos de um banco de desenvolvimento estatal.
Fatos comoestes ocorrem pela forma patrimonialista de se produzir no país. Aos amigos dos reis de turno, tudo. Lembrando, reinado ou capitania hereditária, o resultado para o eráriotermina sendo omesmo.
É sempre interessante ver um conjunto de plantas industriaisproduzindono nordeste. Especialmente se estas vãoalém da mais que fundamental agro-indústria. O que trás a discussão de fundo é reconhecermos o papel do Estado no momento. O mesmo ente nacional que decreta impostos em cascata, terminando por resultar em 1/3 ou 1/4 dos produtos de consumo de massa; é o mesmo que repassa fundos para que já os têm, e com alguma sobra.
O RN é uma potência na produção de frutas tropicais, além do camarão, pesca em alto mar e os derivados de petróleo. A proporção da agricultura familiar é a mesma do restante do país. Os que menos possuem terras mais produzem para o consumo popular.
A desnacionalização avança, entrando também no ramo dos supermercados. Assim, terminam os preços sendo fixados por redes como Carrefour, Macro e Extra, todas controladas por capitais europeus. Das redes estaduais de supermercados, só restou uma, o Nordestão. Que grau de mando pode haver em entes que não podem regular aquilo que não controlam?!
Estivessem estas verbas alocadas para quem as precisa; concluindo um ciclo de beneficiamento e agro-indústria em forma cooperativa e o RN não necessitaria tanto de turismo. Por mais importante que seja esta indústria limpa, não é tão limpa assim.
Pior, é como um cachorro ovelheiro que nasce cruzado zorro. O campeiro bobeia e o danado sempre come uma ovelha.
Com os capitais do turismo é o mesmo, vide o exemplo de Cuba, República Dominicana e Jamaica. Nestes lugares, a indústria limpa termina por comprar território nacional e exigir serviços diferenciados pelo mesmo Estado que arrecada de seus cidadãos.