Mais uma vez, a estupidez se revela na aplicação dos critérios chamados “técnicos”. No caso, não se trata de privatização com outros neologismos, mas da venda de segredos industriais, acúmulo de anos de esforço e pesquisa. Toda corporação que se preste defende os seus segredos à morte. Nenhuma agência de (des)regulação consegue acessar os planos de negócios e os balanços verdadeiros das empresas que supostamente a agência deveria regular. Quando a lógica é inversa, com a defesa de segredos de Estado latino-americano ou estatais de grande volume e importância, como a Petrobrás, a lógica funciona de modo inverso.
O caso da Petrobrás vai ao encontro do que falamos acima. Como pode, em sã consciência, o encarregado de segurança orgânica da maior empresa do país, permitir que a financiadora da CIA e da Guerra do Iraque transporte valores e dados sigilosos de uma possível rival? Porque a Halliburton é encarregada de transportes internos da Petrobrás? Quem assinou este contrato? Quais eram os responsáveis de dia? Quais supervisores tinham o controle destas rotas no dia do roubo? Quantos funcionários ou pessoas ligadas a Halliburton deixaram o país logo após o ato de espionagem industrial? Houve vigilância de aeroportos pelo menos?
Se não teve nada disso, e não teve mesmo, então todo o esquema da interna da PF continua. Como na época de Chelotti e o CDO, onde os arapongas da Federal iam treinar em Langley primeiro e na APF depois! Num país sério e com vocação petroleira, já teriam mais de 50 em cana, com todos os sigilos quebrados!
Para o lado B de sempre, uma mescla de colunistas neoliberais e pós-Paulo Francis e politólogos neoinstitucionais e pós-transitologia, não afirmarem demencialmente que estou pegando carona na onda do noticiário, lembro abaixo da Nota de 19 de setembro de 2006, com o título de Ciriana Tupiniquim e a farra no Brasil. Profecia maldita quisera eu estar errado neste momento.
Parece que a lição do atentado contra a Base de Alcântara não foi o suficiente!