O Brasil inteiro está estarrecido com a Assembléia Legislativa de Rondônia. Mas, se formos precisos na análise, veremos que não se trata de nenhuma novidade. O parlamento estadual desse estado é um reflexo de suas relações políticas, criminalizadas desde que o antigo território federal transformou-se em unidade autônoma da União. Qualquer semelhança com a não-intervenção federal no Espírito Santo em 2002 não é mera coincidência.
Naquele ano, aplicou-se um conceito interessante para as instituições de poder estatal e regulação capixaba. Dizia-se em “falência múltipla dos órgãos de Estado”. Concordamos com este conceito e o aplicamos em Rondônia sem tirar nem pôr.
Como pode a Assembléia se auto-regularizar sendo que sua maioria está sob suspeita de chantagem com o governador, que por sinal, também não é inocente.
Três conclusões óbvias:
- O voto secreto nos parlamentos brasileiros é um convite ao crime e a omissão.
- O voto por acordo de líderes a mesma coisa.
- A classe política de Rondônia comporta-se ainda como se o estado fosse fronteira viva, a política tradicional e a vida pública são visceralmente criminalizadas.
Enquanto isso, vivemos os 10 anos do massacre de Corumbiara. A esperança da política rondoniense está justamente nesta ferida aberta.