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O que legitima as agências de risco?

arrozcatum....

O que legitima essas agências causadoras de crises e especialistas em chantagearem as democracias políticas?

21 de janeiro de 2012, de São Sebastião do Rio de Janeiro, Bruno Lima Rocha

As chamadas agências de “análise” de risco produziriam indicadores críveis para investidores interessados em adquirir ações ou dívidas na forma de títulos ou produtos financeiros exóticos gerados por agentes econômicos privados. Isto nas origens, porque a relevância destas empresas de bens simbólicos cresceu. Afirmo que estas agências, a partir das três maiores, Standard & Poor’s (S&P), Moody’s e Fitch Rating hoje são peça fundamental da engrenagem capitalista em sua etapa financeira, reforçando um mecanismo de legitimação que reforça e blinda o papel nefasto que a especulação financeira tem.

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A S&P aponta suas baterias contra a Europa. Trata-se da mesma agência que até dias antes da falência do Lehman Brothers – em setembro de 2008 – classificava-o como AAA. É um papel semelhante ao aval que a empresa de auditoria contábil Arthur Andersen dera para a empresa de energia Enron, sendo esta pediu concordata em dezembro de 2001 após o exercício de contabilidade “criativa”. A diferença é que a Arthur Andersen acompanhara a diretoria da Enron direto para uma investigação de fraude corroborada pela auditoria. Na última sexta-feira (13/01) a S&P rebaixou a classificação da dívida (e dos títulos desta) de nove países europeus, incluindo a França, potência latina da Zona Euro e rival da Alemanha no projeto da Europa unificada. Já na segunda-feira (16/01) veio à consequência, com o também rebaixamento do Fundo Europeu de Estabilidade Finaneira (Feef), composto também por todos os Estados já depreciados pela mesma agência. Imediatamente, o ex-vice-presidente do Goldman Sachs e atual presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, pediu celeridade dos países membros na busca por ajustes de austeridade.

Tanto a S&P como o próprio Draghi são, agente e ator, diretamente responsáveis pela fraude com nome de “crise” que hoje assola a Europa. Desaparecera por mágica a relação causal direta do aumento da dívida pública dos países membros, fruto da maior transferência de renda da história da humanidade, quando os Estados passaram recursos públicos para bancos privados insolventes após haverem negociados derivativos podres.

Quando o movimento por outra globalização expandiu-se, nos anos ’90, uma das bandeiras consensuais era a instauração da Taxa Tobin, onerando a especulação internacional. É pouco. É preciso desmontar o poder de legitimação das instituições financeiras que impõem suas vontades sobre Estados soberanos e governos eleitos, incluindo as agências de “análise”.

Observação final após a publicação original do artigo: como era de se esperar, a contra-pauta desse lide avança mesmo por dentro das estruturas de poder do ocidente. O procurador do município de Trani, Michele Ruggiero, na região de Milão, abriu investigação junto ao aparato da Guarda de Finanças (ligada ao Tesouro Italiano, mas com outras funções de polícia) e adentrou em diligência dentro do escritório da referida agência na cidade que consagrara Silvio Berlusconi como presidente de clube de futebol com projeções populistas. A S&P e a Moody’s estão na alça de mira da Justiça da Itália, justamente por fazerem – ou supostamente haverem feito – aquilo que são acusadas: manipulação de dados e julgamentos imprudentes e infundados. A S&P em julho de 2011 e a Moody’s em maio do mesmo ano geraram fatos políticos a partir de relatórios supostamente “técnicos” ainda com o jogo político oficial em andamento (no Parlamento a primeira, e com o mercado em aberto, na segunda). Além do tradicional comportamento de manada, os informes puseram contra a parede a capacidade de mando do próprio governo italiano.

Este artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat






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