Na segunda-feira, 11 de junho estive em um debate no auditório da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFRGS (Fabico) a respeito de um tema recorrente. Debatemos o olhar da mídia sobre a periferia e a própria mídia feita pela periferia. É certo, falava mais como ativista do que como acadêmico, mas os efeitos terminam sendo semelhantes, senão os mesmos.
Chamei a atenção das Manchetes que nunca são ditas, e mesmo com toda a relevância ou irrelevância, seguirão sem ser lembradas. Lembrei-me, de memória e leitura, de casos sem fim; dentre eles, de um filho de ex-ministro da Justiça na ditadura, que supostamente, após haver violentado uma menina cruelmente, ateou fogo em seu corpo. O acompanhava um amigo de farras e brigas na Brasília dos generais e lobistas de empreiteiras (os primeiros estão de pijama, os segundos continuam a ocupar as páginas policiais e de política). O violador, segundo diz a lenda, vive na Suíça, em clínica particular para dependentes de drogas. O segundo, bem, muitas lendas e versões atestam o que afirmo o suspeito nunca se apresentou, mas se sabe que era filho de ministro, ou que depois....bem...atingiu cargo ainda maior na república.
Embora, caso eu decida escrever o que se diz, termino com mais um processo..... sem as provas, não vale a pena.
Um dos debatedores lembrou uma manchete clássica da democracia brasileira:
“Menor mata adolescente!”
Quando imaginamos um menor, lê-se, menor infrator. E, ao pensar em adolescente, com certeza é o oposto do menor. Curioso é o olhar sobre o perigoso meliante. Isto porque se pensarmos em uma manchete recorrente:
“PF prende mais de 50 fraudadores do INSS!” ou então, “Lista de corruptos passa de cem nomes!”, qual adulto nos virá na imagem mental? O pai do “menor” ou o pai do “adolescente”?