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Racismo estrutural e violência de Estado


O Estado é racista e não reconhece os direitos civis ou sociais da maioria. As elites são racistas e rejeitam qualquer política de reparação do horror da escravidão.

30 de abril de 2014, Bruno Lima Rocha

O final de abril alerta o país para o tema do racismo estrutural e a violência de Estado contra sua própria população. Tomando o Rio de Janeiro como exemplo maximizado, o Brasil midiatiza aquilo que é a regra da sobrevivência da maior nação afro-descendente das Américas.

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O Estado é racista e não reconhece os direitos civis ou sociais da maioria. As elites são racistas e rejeitam qualquer política de reparação do horror da escravidão. Eis o motivo de tanta polêmica com as políticas de cotas e o não reconhecimento das terras de remanescentes de quilombos.

No extremo do exemplo, nos aglomerados urbanos para onde a massa negra mudou-se após a abolição, o Estado pós-colonial executa a eliminação física da população colocada sob suspeita. Os fatos a seguir falam por si.

Na terça, 22 de abril, o “descobrimento” do Brasil celebrou a herança colonial de sua forma mais nefasta. Não canso de afirmar que este país foi construído sobre o genocídio (dos povos originários) e a escravidão. Nos tempos que correm, ambas as dominações mesclam-se, ganhando materialidade nos velórios em territórios de favelas e periferias.

O dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira (DG), do Programa Esquenta, comandado por Regina Casé e com o consagrado antropólogo Hermano Vianna em sua equipe de produção, foi assassinado com tiros pelas costas. A suspeita recai nas tropas de ocupação permanente das comunidades do Pavão-Pavãozinho, no bairro de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

Na mesma cidade, em 14 de julho de 2013, o auxiliar de pedreiro Amarildo Dias de Souza, foi levado por policiais militares da porta de sua casa para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. A queda da Bastilha foi “comemorada” com a desaparição forçada de um brasileiro cujos direitos civis o Estado, de fato, não reconhece.

O corrente ano de 2014 teve o racismo mesclado com a violência policial caracterizado no caso da auxiliar de limpeza Cláudia Silva Ferreira. Mãe de família e moradora da comunidade da Congonha – zona norte carioca -, Cláudia foi atingida por tiros disparados por policiais do 9º BPM e cujo corpo foi arrastado por 250 metros na traseira do camburão que a retirava para fora do local do crime de Estado.

Enquanto nos indignamos com as ofensas racistas contra nossos futebolistas, o Brasil precisa passar a limpo a herança maldita do colonialismo, expurgando o racismo visceral que atravessa tanto o andar de cima da sociedade como as vísceras do aparelho de segurança de Estado.

Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.






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