Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

A resistência social em Oaxaca


Oaxaca pode ser um grande ensaio, uma continuidade da Outra Campanha encabeçada pelo EZLN, e uma experiência real e concreta de poder popular. O Continente joga suas fichas na terra de Benito Juarez.

A longa marcha oaxaqueña está fincada em raízes mais profundas do que se pode conjecturar a partir de uma perspectiva colonizada.



Neste momento, o Estado de Oaxaca, quinto maior do México, é palco de um levante sustentado por sua população majoritariamente indígena e da conseqüente repressão militar coordenada pelo atual governador Ulisses Ruiz. As barricadas e marchas que reúnem multidões, além das ocupações dos veículos de comunicação estatais, constituem um forte movimento popular que pode indicar um dos caminhos para a emancipação de toda América Latina.

Apesar dos abundantes recursos naturais, Oaxaca se caracteriza pela pobreza e concentração de renda, o que ocasionou que seu processo histórico fosse marcado por grandes lutas sociais e políticas – sistematicamente reprimidas por seus diferentes governos. Prova disso é o elevadíssimo número de presos políticos nesse Estado. Assim, se constituíram localmente organizações sociais, políticas, indígenas e de direitos humanos, com reivindicações específicas como a liberdade dos presos políticos, o respeito às formas de organização tradicional indígena e contra a repressão aos lutadores do povo. Em âmbito nacional, as organizações oxaqueñas contribuem nos esforços de resistência e na busca pela auto-organização e administração dos territórios e recursos naturais.

No período da gestão de Ulises Ruíz, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), iniciado em 2005, essas organizações se puseram em oposição com a endêmica corrupção do governo estadual. A resposta da oligarquia local, mesmo em democracia liberal-formal, foi uma política autoritária e favorável à privatização dos recursos naturais. Esta política é de fato, a continuidade do ao Plano Puebla Panamá (PPP).

Organicamente, a população organizada vem tentando frear a repressão do poder estatal. A resposta priista não tardou, e veio está na diminuição do orçamento dos municípios rebelados, além de prisões e seqüestros de manifestantes.

Os confrontos se acirraram em 22 de maio, durante um protesto de professores que exigiam aumentos salariais. A mando de Ruiz, as reivindicações da categoria foram duramente reprimidas, o que causou um sentimento de imensa indignação popular. A partir de então, camponeses e indígenas aderiram aos protestos e transformaram as demandas econômicas do magistério em uma exigência maior: A destituição do governador.

Houve a necessidade da criação de mecanismos de organização das massas que aderiam às barricadas. Assim, pouco depois, em 17 de junho, era formada a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO). O órgão reúne mais de 365 organizações locais, e é a instância de decisão máxima de decisão do povo que se declarara em rebelião contra o mau governo.

O movimento encabeçado pela APPO desencadeou uma rebelião histórica. Desde 1° de agosto, foram ocupadas duas emissoras de rádio e um canal de TV do Estado. Funcionando sob controle popular, tornaram-se ferramentas para a divulgação das lutas – antes difundidas apenas pelos meios comunitários e livres. Em contrapartida, desde o dia 29 de outubro, a Polícia Federal Preventiva (PFP) comanda uma operação para destruir as formas de poder popular.

Mesmo com a crescente pressão tanto de manifestantes quanto de congressistas, Ruiz, que rejeita as acusações contra ele, disse que não deixará o cargo. O presidente do México, Vicente Fox, prometeu matar no peito e levar a conta repressiva como legado histórico do fim de sem mandato. O mesmo se vai em 1º de dezembro, e tem a missão de deixar o caminho aberto para seu sucessor e correligionário do PAN.

Pesquisa e redação de Camila Reinheimer

Revisão de Bruno Lima Rocha

enviar
imprimir






voltar