Quem acompanha a política, as polícias e a polititica na Província de São Pedro pode reclamar de muita coisa, mas não de tédio. É certo que as instituições públicas são um pouco mais sólidas e os operadores políticos timidamente mais envergonhados. Mas, emoção não falta. Na queda de Bacci, previsível, antes que alguma tragédia acontecesse, operaram uma série de fatores. Como sempre, a grande mídia fez as perguntas erradas para quem não queria responder quase nada.
A capacidade investigativa substituiu a transversalidade entre a Praça da Matriz e a esquina das avenidas Érico Veríssimo com a Ipiranga. Os poderes constituídos, Assembléia, Tribunal de Justiça, Procuradoria e o próprio Piratini, assistiram a ascenção e queda de quem foi catapultado a uma tradição diferente de seu partido. O Grupo RBS, insistiu em não ver o que tinha de ver. Foi furado por um jornalista solitário e os históricos militantes do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
O caso era sabido por muitos e difundido por quase ninguém. Na segunda de noite Enio Bacci participava de entrevistas intimistas, aproximando o homem de seu público. Nos corredores do Palácio, a conspiração estava a caminho. A interna da Polícia Civil foi o repique do candombe roto do ex-secretário. O delegado Luis Carlos Ribas, respondendo a processo na Justiça Federal, o alvo visível do esquema contra o qual nada foi feito.
Na antesala do secretário ficava a intermediação entre o impublicável e o não-dito. O pior da história é a historieta mal contada. No fundo da alma, as elites provincianas preferem o relho firme na mão de Mendes e cia., fingindo não ver o acerto com quem nem deveria existir.