É interessante observar algumas coincidências quando da comparação da política uruguaia e a do Rio Grande. Yeda Crusius, eleita prometendo um choque de gestão, termina por consolidar seu governo. Teceu aliança com todos os partidos com alguma tradição no estado, à exceção dos da Frente Popular é claro. Muito parecido com os governos dos chamados partidos tradicionais do Uruguay. A saber, o Partido Nacional (blancos) e o Partido Colorado.
O co-governo local implicou no rolo compressor já montado na Assembléia Legislativa. Ou, como a mídia daqui gosta de afirmar, o Paramento Gaúcho. Formou maioria folgada, e mesmo com o jogo duro do PDT, não terá dificuldade para fazer aprovar aquilo que é estratégico para os capitais que por aqui operam pesado.
A maioria legislativa tem como contraponto direto as defesas corporativas, capitaneadas por juízes e procuradores. Na posição aguerrida dos operadores do Direito, entretanto, não entra a defesa incondicional da criação de Defensoria Pública em comarcas não atendidas por este direito básico da cidadania. Os jogos de espelhos midiáticos estão dentro dos limites dos interesses corporativos e nada muito além.
Mais uma coincidência com os hermanos da Banda Oriental, assim como uma esquerda adequada e com discurso cada vez mais lavado.