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Tuma e a crise de paradigmas morais

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) está de volta às páginas policiais. Sua declaração coloca em linha de confronto ao advogado Luiz Eduardo Greenhalg, dep. federal pelo PT de São Paulo. Como as fitas, as 42, que estavam há tempos na superintendência da PF, foram anexadas a CPI e já valem como provas, vai sobrar pra todo mundo. Mas, o problema, é que tudo depende da linha interpretativa. Se for usado o contexto da orientação de testemunhas, Greenhalg ajuda na hora de depor e sem comprometer ao partido e as ambições políticas. Se for considerado que o advogado quer evitar que as testemunhas de defesa se incriminem e por tabela, ponham as algemas em Sérgio Sombra, André Klinger Luiz e Gilberto Carvalho.

Esta situação me faz lembrar de uma novela na extinta TV Manchete. Guerra sem Fim era o nome, e passou em 1994, se não me equivoco. Nela, dois Comandos do Rio de Janeiro se engalfinhavam. Em ambos lados, veteranos da luta contra e a favor da ditadura, só que em plena crise dos anos ’90 (de paradigma, leia-se), operando por interesse próprio. A presença de Rocha Mattos associada a este crime hediondo já é um absurdo. Um ex-delegado federal e juiz federal corrupto e preso (Rocha Mattos), sendo acusado pelo ex-diretor do DOPS e notório repressor (Tuma) acusando a um ex-advogado de presos políticos (Greenhalg) é demais para a memória deste país.

Luiz Eduardo Greenhalg envergonha a si e a própria trajetória de tantos caídos, incluindo entre estes os presos políticos que seqüestraram o empresário Abílio Diniz, por sinal, ex-amante de Marta Suplicy. Que vergonha, que vergonha....

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