Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

Sarney, Lula e o preço que for preciso

blogdoCallado

A aliança estratégica de Sarney com Lula fez com que o professor de economia da Unicamp, senador Aloizio Mercadante, errasse em seu cálculo político. 2010 é a prioridade e outra economista, Dilma Roussef, vai prá cabeça.

30 de julho de 2009, do Rio Grande, Bruno Lima Rocha

A nota escrita pelo senador Aloizio Mercadante, líder do governo no Senado, pedindo o afastamento de José Sarney da presidência da “mui leal e valorosa” câmara alta da república, fez recordar ao país que existe uma queda de braço na interna do PT. A presidência explicitamente desautorizou seu líder mantendo o apoio ao senador pelo Amapá. Duas moedas estão em jogo. Uma é de ordem tática, visando garantir a “blindagem” do governo perante a CPI da Petrobrás. Outra, estratégica, mira no projeto eleitoral de 2010 e a complexa rede de alianças com as diversas facetas do PMDB que ocupam parcelas importantes de controle do Estado brasileiro. No final das contas, o presidente mais popular da história do país se atira nos braços dos ex-inimigos políticos e isola qualquer voz discordante.

enviar
imprimir

Uma mensagem é explícita. Não importa o motivo da discrepância entre políticos petistas e seu símbolo maior, para Lula e seu núcleo duro, nada pode estar acima das lealdades do governo para com quem o sustenta. Este é um dilema clássico da política, ocorrendo quando um operador político paira acima de qualquer organicidade partidária. Por fazer cálculos próprios, este líder tende a preferir bases de apoio para a chamada governabilidade e a projeção de continuidade do mandato pelo sucessor. Embora soe estranho, é como abrir mão das metas originais para manter uma parcela do poder do Estado, concentrado no Brasil no caixa da União e nas prerrogativas do Executivo.

Nada disso é novidade na trajetória recente de Luiz Inácio. Este processo já se faz notar desde, pelo menos, a difusão da Carta ao Povo Brasileiro e a aliança com José Alencar para vice em 2002. Naquele momento, o pouco que restara do projeto político da década de ‘80 se perdeu na planície. Restaria então a aliança orgânica com as correntes internas do PT e os partidos de esquerda eleitoral. Como meta de governo, Lula e sua equipe tentariam ao menos a execução dos planos setoriais, sendo a reforma agrária e a retomada do poder de compra do salário mínimo as bandeiras históricas. Fez-se apenas um arremedo de ambas, mas Lula provou ser duro na queda, superando a dissidência que formara o PSOL e posteriormente, sobrevivendo à crise do Mensalão.

Faltando exatos doze meses do início da campanha presidencial de 2010, o Planalto não vai arriscar nada. Isto implica em pagar o preço necessário para evitar que José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e cia. não venham a se tornar uma versão peemedebista do irado Roberto Jefferson de 2005. Para evitar esse risco e manter altas as chances de Dilma Roussef, Lula vai pagar o preço que for preciso.






voltar