Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

A vitória eleitoral do Nafta


Obrador e Calderón disputaram palmo a palmo uma eleição onde as bases populares se dividiram entre o PRD e a Outra Campanha zapatista



Depois de uma campanha de muitas variações nos embates políticos e prognósticos confusos quanto ao vencedor da eleição presidencial do México, o candidato pró-imperialista venceu com uma vantagem de menos de 1% o oponente mais à esquerda, Andrés Manuel Lopez Obrador. O vencedor é o ex-ministro de Vicente Fox, maldosamente chamado por Obrador de “o cachorrinho do império”, Felipe Calderón. O homem do Partido da Ação Nacional (PAN) deve dar continuidade às ações de governo que atendem às distintas oligarquias da interna mexicana e asseguram a dependência externa com os Estados Unidos. O segundo maior Estado da América Latina, conforma com os EUA e o Canadá o NAFTA. Este acordo é responsável por, dentre outros feitos, o aumento da imigração massiva para o oeste tomado pelos yankees e a barbárie das empresas maquiladoras na “nova fronteira”.

Lopez Obrador afirmou uma plataforma distributivista, bradando o lema “Primeiro os pobres”. Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), conquistou forte apoio dos segmentos mais pobres do eleitorado mexicano, e vem atentando para convocatórias de tipo popular, contestando o próprio resultado das urnas. Já o candidato do PAN, legenda e consórcio político representante do NAFTA, manteve sua base eleitoral, a mais moderna elite econômica mexicana e os tradicionais cabrestos de tipo Priista. O mercado financeiro mexicano teve calafrios quando soube que Obrador poderia ganhar as eleições. Isto porque o Perredista, ameaçou em destruir os privilégios assegurados desde as últimas duas décadas de governo do PRI, partido que governou a segunda maior nação latina por 71 anos, até a vitória de Vicente Fox em 2000.

A bolsa de valores mexicana despencou com os primeiros resultados de uma suposta vitória da Aliança para o Bem de Todos, frente eleitoral do PRD. A conseqüência disso foi uma campanha difamatória do alto empresariado daquele país contra o candidato de esquerda, com slogans buscando associar Obrador ao presidente venezuelano Hugo Chávez. Como se vê, os métodos e as disputas se repetem por toda latino-américa, sem nenhuma originalidade, seja na Bolívia, no Peru e agora no México. Ainda nas ameaças pré-campanhas, a direita afirmou que Obrador tomaria as terras da classe média, propositadamente confundindo a população com a discussão da retomada das terras comunales.

Outra manobra da situação foi a de ameaçar a fuga de investimento interno e externo caso fosse derrotada. Um claro exemplo disso aconteceu no jogo México e Angola, pela Copa do Mundo, no qual um cartaz foi mostrado pela televisão mexicana na área vip do estádio, onde o ingresso custa a bagatela de dois mil euros, com os dizeres: “Se ganha el peje (alusão a Lopez Obrador) aqui (na Alemanha) ficaremos”.

Desse modo, entre ameaças, urnas possivelmente fraudadas, evasões de capital e calúnias, o México assistiu mais um episódio de sua própria tragédia nacional. Outrora gloriosa nação e sede de dois Impérios, a terra de Magón, Orosco, Rivera, Villa e Zapata, assiste pasmo a política de terra arrasada de seu modo de vida tradicional e comunitarista. Um exemplo disso, é a possibilidade de acordo de tarifa zero na importação de feijão e milho americanos. Outra possível medida do governo Calderón será a privatização definitiva da PEMEX, a gigante mexicana de petróleo, principal operadora nas Águas do Golfo e exportadora para os EUA. Assim, existe esperança para os aztecas?

Na ponta esquerda do jogo, aos 40 do segundo tempo, ressurge um outro guarda-chuva de protagonistas. O Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e seu líder, o subcomandante Marcos, também foram personagens importantes das eleições. No dia da votação, o movimento oriundo de Chiapas tomou as ruas da Cidade do México pedindo que a população se abstivesse, não exercendo o voto, pois considerava que não existia diferença de fundo entre os candidatos. Não por acaso, essa manifestação não foi difundida pela mídia mexicana, para não provocar perturbações no andamento das eleições. A campanha dos zapatistas, denominada de “Outra Campanha”, tem como fundo o exercício de um outro direito que consta da tradição constitucional mexicana. Este é o direito a rebelião contra um mau governo. Voltando ao protagonismo político e por fora das regras formais do jogo, o EZLN pode galvanizar um sentimento oriundo de um México profundo, cuja luta já ultrapassa 500 anos.

Nota redigida por João Vitor Cassela Novoa

Revisão e edição, Bruno Lima Rocha

enviar
imprimir






voltar