Todo o mistério e segredo do ex-Núcleo Central, para garantir a governabilidade das finanças de um estado que tem como déficit estrutural previsto o montante de R$ 2,3 bilhões para o ano fiscal, não adiantou. Para os parlamentares votarem em regime de urgência um projeto após o Natal, a motivação foi forte. Altos estímulos, segundo os neo-institucionalistas neoliberais.
A base aliada ruiu, e deu uma rasteira na governadora eleita, sobrando pernada para Záchia também. Se fosse negociador no seqüestro da lotação, o cartola do Inter e dublê de político profissional, dono de shopping center e comentarista de futebol, os passageiros teriam morridos todos.
A luta foi na interna da quase aliança entre uma nova fração de elites dirigentes e a classe dominante de sempre. Problemas entre o vice-governador e empresário X a governadora professora de economia da UFRGS, saltavam a olhos vistos desde o 2º turno da campanha. O fosso cresceu quando Feijó declarou-se favorável a privatização do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), uma das poucas estatais que escapara a sanha privatista do governo Antônio Britto (1995-1999). Olhando com profundidade, Yeda seria a favor, mas a sobrevivência política falou mais alto.
Na hora H do Yedaço, Feijó disse a que veio e lembrou a nova trupe do Piratini quem é que paga as contas. Nem Yeda nem Carlos serão Borges de Medeiros.