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Brasil se rende ao Banco Mundial mais uma vez


Robert Bruce Zoellick, presidente atual do BIRD, é advogado formado por Harvard, serviu como consultor da empresa caloteira Enron e como executivo do falimentar Goldman Sachs. Sua alegria com o ex-dirigente metalúrgico que nunca foi de esquerda é inegável. Pobre do país que tem um arrependido no comando.

Bruno Lima Rocha

4ª 25 de novembro de 2008 – Vila Setembrina dos Farrapos Traídos em Porongos; Continente do Rio Grande de M’bororé; Liga Federal de los Valientes de Artigas.

A crise do sistema financeiro mundial atingiu o Brasil em cheio. Ao contrário dos opinólogos de plantão, não faço o elogio do acaso e das apostas. A crise acertou o país porque esta nação é governada por banqueiros, literalmente. O homem mais poderoso daqui é funcionário do Bank of America. Seu nome é Henrique Meirelles e tem uma sólida carreira ligada ao BankBoston. É presidente do Banco Central do Brasil (BC) e ganhou status de ministro porque estava sendo acusado por sua fortuna pessoal sem origem. Agora, apenas o Supremo Tribunal Federal (STF), nossa gloriosa Suprema Corte digna de livro de Bob Woodward e Scott Armstrong (“Por detrás da Suprema Corte”, Saraiva, 1985) pode julgá-lo.

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Os fatos são diretos e falam por si só. O Brasil alega para a humanidade haver pagado sua dívida externa. O que devia para o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi quitado. O grosso dos credores privados também. Mas, na frieza das LTNs (Letras do Tesouro Nacional) o que ocorreu foi uma troca da dívida externa pelo super-endividamento público como forma de acumulação do capital especulativo. A fusão e concentração bancária é fruto desse gênio do crime. Agora, com a corda no pescoço, com os cinco maiores bancos do país sendo proprietários de 86% das agências e terminais eletrônicos, resta ao governo pagar a conta do fim da liquidez.

Desta forma absurda, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai injetar mais R$ 12,5 bi de reais (cerca de US$ 6 bi de Usd) para garantir o fluxo de empréstimos para o “setor produtivo”. Assim, ao invés de obrigar a Banca a emprestar, rebaixar a taxa básica de juros (Selic) e impor uma porcentagem da carteira dos bancos privados a ser destinado para o financiamento do capital de giro subsidiado, o Estado vai repassar o boleto de pagamento para todos nós. A origem dos R$ 12,5 bi é igualmente sinistra. R$ 7,5 bi virão com mudanças nos compulsórios bancários. Ou seja, as reservas de depósitos obrigatórios, cada vez mais aliviadas, serão usadas para financiar o salvem-se quem puder. E, este montante sai do Estado, através do governo central, e não onera o caixa da Banca. Além disso, os restantes R$ 5 bi sairão de uma linha de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD), empresa subsidiária do Grupo Banco Mundial. Ou seja, estamos nos REENDIVIDANDO para pagar a conta da farra das subprimes tupiniquins e nas apostas com o mercado futuro do dólar.

Para quem imagina que acabou o pesadelo vindo do “governo de esquerda que manda por direita”, a coisa é pior. O empréstimo do BIRD para a União saiu por medida provisória, ou seja, por decreto. Ao invés de decretar a taxação compulsória sobre a Banca, Lula decreta o re-endividamento do país. Tem mais. O Brasil garantiu uma linha especial junto ao Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) e ao FMI. A 11ª economia do mundo ganhou este presente como menino bem comportado. Isto foi fruto do bom comportamento em 2002 e em 2008, das operações de swap (troca de moeda) então comandadas pelo gerente de especulação de Soros e então presidente do BC Armínio Fraga e a repetição da roubalheira na forma reversa pelo sempre citado Mr. Meirelles. Hoje podemos trocar até US$ 30 bi (mais de R$69 bi de reais) e pedir um auxílio para o Fundo. Ou seja, o prêmio pelas tenebrosas transações de swap e a obediência aos “fundamentos da economia neoliberal anti-econômica” é deitar nos braços da morte outra vez.

Após 13 anos de “austeridade monetarista” descobre-se o óbvio. Fruto das políticas vende-pátria, o país abriu mão de reservas estratégicas – como o minério de ferro privatizado – para tornar-se uma plataforma de exportação de bens primários. Agora os financistas reinventam a roda, financiando com crédito externo a mentalidade criminosa de quem atirou 4/5 da economia produtiva e de mercado aberto operando no Brasil à farra da jogatina de derivativos e mercado futuro. A exuberância irracional tupiniquim termina de modo melancólico tal como um cocainômano da Bolsa de Valores ou o alcoólatra do meio artísitico, viciado em bebida destilada escocesa ou russa. Perdem a família, trabalho, e bens, mas não perdem a pose e a falta de vergonha na cara!






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