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O poder mundial do capital financeiro – os efeitos no Brasil - 2


Durante 2013 vários bancos bateram recordes de arrecadação no Brasil. É por isso que sempre que há início da queda da taxa básica de juros aparece alguém de confiança do banco, orgânico ou de consultoria especializada, o especialista faz a fala do risco de inflação.

No quarto artigo da série, continuo o debate a respeito do capital financeiro e sua ação dentro da economia brasileira. Ressalto que a crítica se apresenta sobre os elementos de continuidade da era FHC perpetuados no período Lula-Dilma (iniciada em 2003). Reconheço que para o padrão mundial do capitalismo o Brasil tem regras relativamente mais duras e um sistema financeiro comparativamente mais estável, mas é só. Os dados a seguir, do faturamento dos bancos em 2013, são da consultoria Economática e foram obtidos no G1, Folha e Estadão.

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O primeiro lugar, ao menos, foi do Banco do Brasil, com lucro líquido de R$ 15,75 bilhões em 2013. Na sequência vem o O Itaú Unibanco com lucro líquido contábil de R$ 15,696 bilhões, acima do resultado de R$ 13,594 bilhões registrado um ano antes. Em terceira posição está o Bradesco, com um lucro líquido contábil de R$ 12,011 bilhões em 2013, valor acima dos R$ 11,381 bilhões obtidos no ano anterior.

O quarto melhor colocado foi o Santander Brasil, o que representa algo muito significativo em escala mundial. Em 2013 o banco de capital espanhol fechou com R$ 5,7 bilhões, uma queda se comparado com os R$ 6,329 bilhões em 2012. Apesar das quedas consecutivas de 5%, o Santander reconhece que 47% de seu faturamento mundial de 4,37 bilhões de Euros – mais de 90% a mais do que em 2012 – vem da América Latina, sendo 23% do Brasil. A Europa representaria 43% deste mesmo lucro, com 7% para a Espanha e 17% para o Reino Unido. Os EUA entram com 10% deste lucro.

É por isso que sempre que há início da queda da taxa básica de juros aparece alguém de confiança do banco, orgânico ou de consultoria especializada, o especialista faz a fala do risco de inflação. A Selic implica baliza a quase um quarto do lucro deste banco em escala mundo. Pelo exemplo do Santander podemos tomar outros grandes operadores de bancos no país e veremos, proporcionalmente, taxas astronômicas de faturamento.   

Tem mais. O Santander ocupa a 8ª posição no ranking de poder acumulado, medido pelo projeto Proprietários do Brasil. Neste mesmo índice, o Bradesco está na quarta posição e o Itaú na 19ª. Nesta mesma lista constam os fundos de pensão de empresas estatais, com destaque para o Previ (Banco do Brasil) no 2º lugar. Estes fundos são elemento fundamental, junto com o BNDES e os bancos estatais, para as políticas federais de investimento.  

Cabe reproduzir uma piada – real e não graciosa – oriunda dos tempos da febre de Wall Street (Bolsa de Valores de Nova York, NYSC) quando um visitante observou os iates dos sócios majoritários das corretoras ancorados em marinas no estuário do Rio Hudson. O observador disse: “Interessante, mas eu preferia ver os iates dos investidores comuns e correntistas.” O mesmo vale para a saúde financeira do brasileiro comum. Ao bater um recorde atrás do outro, a concentrada praça bancária reflete o volume da transferência de renda para os emprestadores e detentores dos recursos coletivos e não aos correntistas e poupadores.

Bruno Lima Rocha é professor de relações internacionais e de ciência política

(blimarocha@gmail.com)






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