Na Bolívia, assim como na Venezuela, o novo governo com traços populares virá coalhado de ex-guerrilheiros.Acomeçar pelo vice-presidente eleito, Álvaro Gacia Linera. Linera lutou junto ao extinto EG (Exército Guerrilheiro) Tupac Katari, que junto de outro EG, o Pachakuti, operou na Bolívia na virada da década de 70 para 80. Hoje o número 01 do Tupac Catari é líder do Movimento Indígena Pachakuti, o MIP, bem mais à quesquerda que o MAS, o candidato à presidência Felipe Quispe.
É provável que uma linha mais nacionalista emine, de fato e não apenas no aspecto discursivo, destes operadores políticos. Evo Morales está sentado sobre uma cadeira presidencial equivalente a uma tampa de bueiro de explosão social iminente. A Bolívia não cresce nada há mais de 20 anos, seu PB é o mesmo e a divisão de renda é triste. A diferença está na canalização das vontades das maiorias para movimentos populares de fato massivos.
O próprio MAS é uma novidade. Surgido como instrumento politico de maioria indígeno-camponesa, sua versão de partido político eleitoral foi um sucesso. Com menos de 10 anos de história, sai vitorioso de um pleito dificílimo, conquistado o Poder Executivo de um Estado ainda unitário.
Resta saber até quando?