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Reflexões após o 2 x 0 na Austrália


Juarez Soares, jornalista autor do bordão: “cada enxadada uma minhoca”, cuja enxada atingiu-o em cheio nas tantas demissões sofridas pela censura dos empresários do esporte



Quando este boletim eletrônico for enviado, o resultado final que consta no cabeçalho do artigo já estará superado. Isto porque, a estréia já passou e hoje, domingo, a seleção jogou – mal – contra a Austrália, vencendo por 2 x 0. Quem se recordar do time de Carlos Alberto Parreira na Copa de 1994 verá que não se trata de nenhuma novidade.

Feito o nariz de cera, esta Nota é para lembrar que todos somos filhos de Deus, e este tem vários times e países. Um deles, o Brasil, nos faz sofrer sendo, que era para termos somente alegrias – de dentro das 4 linhas. Do lado de fora, bem, não preciso ser repetitivo ao extremo do cansaço, basta que todos leiam a edição da Caros Amigos com o jornalista Juca Kfouri na capa. Vale à pena, tanto pelas denúncias e investigações como nos apontamentos das falhas sistêmicas do futebol e do universo do esporte brasileiro.

Nesta Nota lúdica e saudosista, pouco analítica reconheço, gostaria de lembrar de Juarez Soares. Duramente atacado por Mário Jorge Lobo Zagalo, sendo que o próprio Velho Lobo tem culpa do cartório. Embora gênio do campo e do banco, é péssimo propagandista, treinador conservador e chapa branca. A mentalidade tacanha ou subserviente de muitos profissionais do futebol levam ao desespero diversos jornalistas esportivos com capacidade de trabalho que vai além do próprio futebol.

O mesmo desespero que temos quando nos deparamos com a seleção mal escalada, desmotivada, com os jogadores mais preocupados com as cotas de patrocínios do que qualquer outra coisa. No universo da censura futebolística, não é apenas proibido e complicado falar de Boris Berezovsky, do laranja Kia e das transações absurdas de jogadores cujos montantes sequer passaram pelo Banco Central. Do jeito que a coisa vai, mais um pouco ninguém mais vai poder reclamar do Ronaldo de Bento Ribeiro. Isto porque a mesma patrocinadora da seleção comprou uma das cotas de anúncio da nave mãe em seu “jogo bonito”.

Naturalizamos a tudo isso como se fosse algo “normal”, tão normalizado está quanto o jabá eletrônico que abunda na cobertura especializada dos meios convergentes. Falta faz a singela contra-explicação para nosso ufano-favoritismo absoluto:

“jogo é jogado e lambari é pescado”

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