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A falácia do Banco Central independente


O Banco Central “despolitizado” e sob gestão “técnica”, é simplesmente a subordinação da autoridade monetária aos interesses dos operadores financeiro.

16 de julho de 2014, Bruno Lima Rocha

Um dos temas de fato proibidos para os candidatos favoritos na próxima eleição presidencial é a subordinação do Banco Central (BC) à vontade política dos eleitores. A cartilha neoliberal defende a “independência” da autoridade monetária, de modo que esta não seja “politizada”. Este absurdo conceitual até poderia ser considerado esdrúxulo caso não fosse tão perigoso. Tornar independente da vontade soberana - ainda que exercida de forma indireta - o centro nervoso dos recursos coletivos é como condicionar a capacidade de governo a um gesto de obediência ao sujeito oculto e onipresente chamado de “mercado”.

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Não é um privilégio brasileiro tamanho absurdo. Nos Estados Unidos, a transição dos governos republicanos de Reagan e Bush pai para os dois mandatos de Clinton assistiu a continuidade da gestão de Alan Greenspan à frente do Fed, o Banco Central da superpotência. Após, na passagem de Bush Jr para Barack Obama, o sucessor de Greenspan, Ben Bernanke, também fora mantido no cargo (ainda em exercício). O resultado desta continuidade neoliberal à frente do Fed foram no mínimo três crises internacionais, sendo que a última – disparada em setembro de 2008 – representou a maior transferência de fundos coletivos para controles privados da história da humanidade. Os estadunidenses elegeram seu primeiro presidente afro-americano, trazendo tímidos ventos keynesianos. Mas, sua equipe econômica está recheada de homens de confiança de Wall Street e dos fraudadores da bolha gerada pela venda de hipotecas podres.

No Brasil temos uma cartilha assemelhada com saudáveis variações. As regras são mais rígidas para o capital financeiro e não chegamos a índices de alavancagem de 1 para 33, como nos EUA de Bush Jr. Ainda assim, as normas sagradas do neoliberalismo são mantidas: BC independente, câmbio flutuante e contenção dos gastos públicos. Esta última é outra falácia. O Estado pode gastar à vontade, desde que seja para alimentar a roleta financeira. Para tanto, a autoridade monetária deve ser de confiança do “mercado” (dos especuladores) e não subordinada ao interesse público. Quando a taxa selic progressivamente começou a declinar, diminuindo o custo do dinheiro e encurtando o tamanho do rombo da rolagem da dívida, os “especialistas” acusavam o BC de estar perdendo “autonomia”. Já, quando a selic sobe, comemoram o acerto “técnico”.

O BC “despolitizado” e sob gestão “técnica”, é simplesmente a subordinação da autoridade monetária aos interesses dos operadores financeiro.

Artigo originalmente publicado no blog do Ricardo Noblat.






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