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Reflexão após o horroroso espetáculo do processo de impeachment e sua judicialização


Sempre caracterizei este governo como de centro-direita, e caso Dilma sobreviva, vamos ter pela frente mais três anos de chicanas e paralisia decisória, a não ser que a maré vire de baixo para cima.

09 de dezembro de 2015, Bruno Lima Rocha

Começo citando o sempre lúcido Gustavo Gindre:

"É claro que o atual processo de impeachment desrespeita o rito a ser seguido. Por exemplo, esse processo jamais poderia ser presidido por alguém que está sendo investigado e que pode, ele próprio, ser objeto de afastamento. Mas, se vamos falar de golpe é preciso discutir o verdadeiro estelionato eleitoral praticado por esse governo. Ou essa também não foi uma forma de jogar no lixo a vontade popular?"

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E por aí gostaria de desenvolver o raciocínio. Este seria o momento correto de algum grupo de dirigentes de movimento popular incorporar alguma grandeza política e condicionarem a luta contra o golpe paraguaio com a mudança imediata na política econômica e na defesa dos direitos sociais. O ex-líder do PMDB na Câmara, o chargista Leonardo Picciani, fez campanha e votou em Aécio, por exemplo. Isto demonstra a fragilidade deste governo, sua falta de convicção e a perda de confiança para o eleitorado. Sempre caracterizei este governo como de centro-direita, e caso Dilma sobreviva, vamos ter pela frente mais três anos de chicanas e paralisia decisória, a não ser que a maré vire de baixo para cima. Para tanto, ou convoca-se uma espécie de congresso de base, congresso do povo, ou se constrói uma pauta comum, ou então cada força político-social vai fazer sua luta imediata e sendo atropelada pela pauta do impeachment e a defesa do governo.

Tivemos uma eleição plebiscitária em segundo turno e o governo que inicia ainda em novembro rasgou a vontade popular. Desde fevereiro os ataques aos direitos adquiridos são semanais, sendo que algumas peças horrorosas, como a lei "anti-terrorismo", foram empurradas goela abaixo com a ajuda do Planalto. Caracterizar o momento é tão importante como analisar as possibilidades e tomar posição.
 

1) Entendo que este governo é indefensável e o projeto do pacto de classes, como perdido. Mesmo para quem nunca aderiu, a caracterização é fim de ciclo em todos os sentidos;

2) A democracia indireta demonstra explicitamente sua limitação em fazer valer minimamente a vontade popular; ou radicalizamos a democracia de forma direta ou os espetáculos horrorosos como os de ontem vão se repetir;

3) É preciso remontar o conjunto da esquerda, incluindo a esquerda radicalizada e não eleitoral; o fim de ciclo atinge também a hegemonia da esquerda social e estamos todos a reboque do poder de convocatória permanente de quem tem estrutura. Quando a direita ataca, como foi o caso de Alckmin e a reestruturação da educação em São Paulo, ou no Levante de 2013, aí há chance de massificar;

4) Barrar o golpe paraguaio é importante para não deixar a autonomização da esfera política correr em paralelo às pressões sociais; a nova direita na rua não é brincadeira e sua base conservadora popular deve ser levada em conta;

5) Seria importante alguma medida de médio prazo, como uma lei de iniciativa popular de reforma política para radicalizar a democracia; caso contrário, vamos assistir a democracia do andar de cima ser debatida nas reuniões do STF;

6) Por fim, é necessário superar a histeria coletiva e não se posicionar automaticamente e menos ainda fingir que a política macro não tem relação com as bases sociais; tem sim e a defesa dos direitos é o mais importante, embora todas as agendas hoje estejam a reboque do processo de impeachment e sua judicialização.






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