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Marina Silva e o lulismo que só perde para si ou sua dissidência – 1

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Marina Silva na cerimônia de velório e cortejo de Eduardo Campos. Na esteira da tragédia, altera-se o cenário eleitoral brasileiro.

20 de agosto de 2014, Bruno Lima Rocha

 

A morte do ex-governador de Pernambuco e então candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, ocorrida em 13 de agosto, alterou o cenário eleitoral brasileiro. Até seu falecimento em desastre aéreo na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo, a presença de sua vice, a ex-ministra do Meio Ambiente de Lula Marina Silva, era uma mescla de discrição com pouco engajamento. Por uma semana a especulação circulou em torno das opções da Executiva Nacional dos herdeiros políticos de Miguel Arraes; se os caciques do PSB arriscariam uma chance de vitória eleitoral que pode vir a ser uma rotunda derrota política. Pelo visto, as esperanças das urnas e o pacto de compromisso político acenaram com a mosca azul para Roberto Amaral, Beto Albuquerque, Luiza Erundina e companhia. Vai caber ao deputado federal e ex-secretário de Olívio e Tarso, Beto Albuquerque, o papel de segurar a aliança no compromisso político e ainda frear as idiossincrasias da estrela acreana dissidente do PT.

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Apesar dos riscos, o PSB se lança em busca do pote de ouro, atraído pela mosca azul ao final de outubro. Com Marina na cabeça de chapa tudo muda. A pesquisa do Datafolha de 2ª 18 de agosto já apontava um empate técnico entre a ex-seringueira e correligionária de Chico Mendes nos empates contra os madeireiros do Acre e o neto e ex-governador de Minas Gerais, o senador pelo PSDB-MG, Aécio Neves. Este analista se resguarda ao direito de questionar as metodologias das pesquisas de opinião e assim, ressalvo que faço esta análise sem entrar no debate das intenções de voto e suas medidas, mas sim, pelos efeitos que estas causam nas executivas partidárias e nas equipes de campanha. Ou seja, apesar de não confiar nos instrumentos de pesquisa e já haver escrito a respeito algumas vezes, assumo como pertinentes os dados para efeito de análise. A partir do anúncio público destes indicadores, Marina Silva para a Presidência liga o botão vermelho na campanha tucana e o de alerta máximo no Planalto.

 

O perigo de derrota é real porque entra no meio da base construída em dez anos de governo de conciliação. Pela primeira vez o lulismo enfrentará um personagem político que corta no meio de sua ampla clivagem eleitoral, além de um sofisticado apelo nas classes médias consolidadas (classe B segundo o IBGE e não a ascendente classe C, bastião dos governos petistas). A ex-senadora petista também entra na clivagem dos votos neopentecostais, outro bastião do lulismo. Lula acionou seu pragmatismo, afastou-se das bases militantes católicas e travou aliança com a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Este pacto lhe cobrou – assim como para Dilma – um alto custo ideológico, haja vista as peripécias de pastores-deputados-empresários como Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos. Mas, como nem o PT, menos ainda Lula e tampouco Marina ou Dilma sequer se reivindicam de esquerda, o custo ideológico não é um problema pela baliza da tal da governabilidade e importa menos ainda em campanha para presidente.

 

Para os caçadores de votos, quanto maior o leque de clivagens eleitorais, menos refém fica o candidato dos ataques e defecções em suas reservas eleitorais. Para o PT, Marina à frente de uma estrutura partidária de porte nacional e com alguma coesão – o suficiente para bancar a campanha recheada de alianças heterodoxas – é uma ameaça real ao projeto de reeleição. Se o 2º turno poderia ter algum aperto numa eventual largada contra Aécio, o páreo entre Dilma e Marina é cabeça com cabeça desde o princípio da segunda volta.

 

Agora, a nova personificação do “sonho americano”, uma mulher de origem negra e indígena, analfabeta até a adolescência, interiorana, vinda de um longínquo ex-território federal na Região Norte, vai encarnar o padrão brasileiro de renovação para perpetuação parcial.  Sempre disse que o lulismo só poderia perder para si mesmo. É o caso de Marina Silva, uma dissidência do abandono do reformismo radical e militância social dos anos ’80 e parte dos ’90, para uma pragmática adesão ao vale quase tudo para levar o Poder Executivo e fazer o que der. A corrida eleitoral recomeçou.

 

 






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